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      China cita “veias abertas da América Latina” e critica pressão dos EUA

      Porta-voz chinês citou o livro As Veias Abertas da América Latina, de Eduardo Galeano, para rebater ataques recentes de autoridades dos EUA

      Porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês , Lin Jian - 20/03/2024 (Foto: REUTERS/Tingshu Wang)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 - A cooperação da China com a América Latina e o Caribe se baseia no "respeito mútuo, na igualdade e no benefício recíproco" e é "bem-vinda e aprovada" pelos governos locais, afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, conforme informou a agência Sputnik nesta quarta-feira (16). 

      Jian aludiu ao livro As Veias Abertas da América Latina, do escritor e jornalista uruguaio Eduardo Galeano, para criticar a pressão dos Estados Unidos sobre a região. 

      "O saque dos EUA deixou a América Latina com as veias abertas", frisou. 

      Os EUA “não estão em condições de apontar o dedo para a cooperação entre a China e os países da América Latina e do Caribe”, declarou o porta-voz.

      Os comentários surgem após o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, em visita à Argentina, atacar investimentos chineses na região, alegando que Pequim se apropria de forma "predatória" das riquezas naturais dos países. 

      Além disso, o secretário de Defesa norte-americano, Pete Hegseth, se referiu recentemente à região como seu "quintal", enquanto visitava o Panamá para tentar solucionar o bloqueio chinês à venda de dois portos a um consórcio gerenciado pela BlackRock. Além disso,

      Entenda por que o livro Veias Abertas da América Latina é tão importante 

      As Veias Abertas da América Latina, escrito por Eduardo Galeano e publicado em 1971, é uma das obras mais emblemáticas do pensamento crítico latino-americano. Seu impacto transcende o campo literário, tornando-se um marco na denúncia da exploração histórica do continente por potências coloniais e imperialistas. Galeano constrói uma narrativa poderosa que percorre séculos de dominação, desde o saque colonial das riquezas minerais e agrícolas da América Latina até as formas modernas de dependência econômica, política e cultural impostas por grandes potências, especialmente a Europa e os Estados Unidos.

      A importância do livro reside em sua capacidade de combinar um rigoroso levantamento histórico com uma linguagem literária ível, apaixonada e envolvente. Ao invés de uma obra acadêmica tradicional, Galeano optou por uma escrita que mistura jornalismo, poesia e análise política, o que ampliou significativamente seu alcance. O autor consegue, assim, dialogar com intelectuais, estudantes, militantes e cidadãos comuns, promovendo uma profunda reflexão sobre as causas estruturais da desigualdade e da miséria que ainda afetam vastas regiões do continente.

      Durante as décadas de 1970 e 1980, especialmente no auge das ditaduras militares que dominaram países como Brasil, Argentina, Chile e Uruguai, o livro foi censurado e proibido, o que apenas reforçou seu valor como símbolo de resistência e consciência crítica. A obra tornou-se leitura obrigatória nos círculos progressistas, contribuindo para a formação política de gerações inteiras que lutaram contra o autoritarismo e o imperialismo.

      A repercussão internacional de Veias Abertas se estendeu para além do mundo editorial. Em 2009, o então presidente da Venezuela, Hugo Chávez, entregou um exemplar da obra ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, durante a Cúpula das Américas. O gesto político chamou a atenção da mídia global e reacendeu o interesse pelo livro, levando-o novamente às listas de mais vendidos em diversos países.

      Por fim, a obra de Galeano permanece atual por sua crítica contundente ao modelo de desenvolvimento dependente, que transforma a América Latina em fornecedora de matérias-primas e importadora de produtos industrializados. Ao expor como o continente foi sistematicamente impedido de desenvolver uma economia soberana e integrada às necessidades de seus povos, Galeano não apenas resgata uma história de violência e espoliação, mas também convoca o leitor a imaginar alternativas de emancipação e justiça social. É por tudo isso que As Veias Abertas da América Latina é, até hoje, uma leitura essencial.

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