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      Lula quer Mercosul com saída para o Pacífico e mira integração com países que se aproximam da China

      Brasil retoma diálogo com Chile para reaproximar Mercosul e Aliança do Pacífico em meio à nova onda protecionista dos EUA sob Donald Trump

      Lula e Gabriel Boric (Foto: Ricardo Stuckert / PR)
      Guilherme Levorato avatar
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      247 - Com a iminente posse do Brasil na presidência rotativa do Mercosul, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estuda reativar um antigo plano de aproximação com a Aliança do Pacífico (AP), bloco comercial integrado por Chile, Colômbia, Peru e México, relata o jornal O Globo.

      A proposta, ainda embrionária, surge em um cenário de crescentes barreiras comerciais impostas pelos Estados Unidos sob o segundo mandato do presidente Donald Trump. Diante disso, o governo brasileiro enxerga no Chile um parceiro estratégico para reabrir as tratativas com o bloco do Pacífico, que tem aprofundado laços econômicos com a Ásia, especialmente com a China — destino da visita de Lula nesta semana.

      Encontro com Boric sinaliza retomada - O reinício das conversas foi abordado em reunião reservada entre Lula e o presidente chileno Gabriel Boric, em Brasília. Segundo interlocutores dos dois governos, o objetivo seria "aprofundar o diálogo" para viabilizar novas formas de cooperação econômica e política na América do Sul.

      Desde 2021, quando fracassou uma tentativa de firmar um memorando de entendimento entre Mercosul e Aliança do Pacífico, não havia novos esforços de integração. À época, divergências sobre barreiras não tarifárias impediram avanços. Agora, o governo brasileiro acredita que o ambiente político é mais propício, especialmente com o Chile demonstrando disposição.

      Agenda de expansão regional - A estratégia brasileira se insere em um contexto de reativação da agenda externa do Mercosul. Após um acordo comercial com Cingapura em 2023, o bloco sul-americano conseguiu destravar as negociações com a União Europeia no fim de 2024 e espera concluir, em breve, o tratado com a Efta (Associação Europeia de Comércio Livre, formada por Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça). Também estão no radar Emirados Árabes, Japão, Vietnã e Canadá.

      A possível reaproximação com a Aliança do Pacífico visa ampliar o campo de atuação dos países do Mercosul, em especial no eixo transcontinental que conecta a América Latina ao mercado asiático. Juntos, os dois blocos representam 80% da população latino-americana (525 milhões de pessoas), 85% do comércio e 90% dos investimentos estrangeiros diretos da região. O PIB combinado da AP é estimado em US$ 2 trilhões, enquanto o do Mercosul alcança US$ 3,5 trilhões.

      Internamente, o Brasil pretende defender, durante sua presidência do Mercosul, a manutenção da regra que exige que acordos comerciais sejam negociados em conjunto pelos membros, preservando a Tarifa Externa Comum (TEC) e evitando assimetrias no bloco.

      Essa postura, no entanto, contrasta com os interesses do governo argentino. O presidente Javier Milei tem pressionado pela abertura de negociações bilaterais com os Estados Unidos, à margem do Mercosul. Em encontro recente de chanceleres em Buenos Aires, a Argentina solicitou aval para negociar sozinha com Washington caso não houvesse consenso no bloco. O pedido foi parcialmente atendido, com a ampliação da lista de exceção à TEC de 100 para 150 produtos.

      O Brasil também dispõe dessa margem de 150 itens e caberá à Camex (Câmara de Comércio Exterior) definir quais produtos poderão ser utilizados em uma eventual negociação com os EUA, com o cuidado de proteger os setores industriais nacionais frente à concorrência de importados.

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