Peso argentino recua de forma acentuada após flexibilização de controle cambial
Moeda argentina despenca após acordo de US$ 20 bilhões com o FMI, mas mercado reage com otimismo
247 - O peso argentino iniciou a semana com forte queda, desvalorizando-se cerca de 17% nesta segunda-feira (14), após o governo de Javier Milei anunciar um novo acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) no valor de US$ 20 bilhões e desmantelar controles cambiais vigentes desde 2019. A informação é da agência Reuters.
A desvalorização era esperada por analistas de mercado, mas evidencia os efeitos colaterais da política econômica ultraliberal adotada pelo presidente, que assumiu o cargo em dezembro de 2023. O Banco Central da República Argentina (BCRA) abandonou o sistema de "crawling peg", que ajustava o câmbio de forma istrada, e ou a permitir que o peso flutuasse livremente dentro de uma nova faixa ampliada, entre 1.000 e 1.400 pesos por dólar. Na sexta-feira anterior, a moeda havia encerrado o dia em 1.074 por dólar, enquanto o câmbio paralelo já operava em torno de 1.350.
Paralelamente à queda do peso, os títulos internacionais da dívida argentina se valorizaram, com alguns papéis subindo mais de quatro centavos de dólar, segundo dados da plataforma MarketAxess. A recuperação pontual dos ativos financeiros, no entanto, não apaga o cenário de incertezas profundas que ainda cercam a economia do país, duramente afetada por inflação crônica, pobreza crescente e enfraquecimento da capacidade produtiva.
O acordo com o FMI prevê o desembolso inicial de US$ 12 bilhões, com a liberação de mais US$ 3 bilhões até o fim do ano. A expectativa do governo é que a entrada desses recursos, somada a novos empréstimos com credores privados e bancos multilaterais, ajude a recompor as reservas internacionais.
Na avaliação do Goldman Sachs, “espera-se uma reação positiva do mercado aos anúncios feitos na sexta-feira”. O banco considerou que a adoção da nova taxa de câmbio flutuante “superou nossas expectativas” e poderá beneficiar o ajuste macroeconômico em curso. Já o JP Morgan ponderou que a queda do peso poderá ser contida pela liquidação das receitas de exportadores agrícolas, interessados em vender dólares a uma taxa mais vantajosa. O banco estima que a diferença entre o câmbio oficial e o paralelo possa cair para 5%.
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