Professores chilenos anunciam nova greve por condições de trabalho e valorização da educação
Categoria fará paralisação nacional nos dias 4 e 5 de junho e marchará em Valparaíso para pressionar governo a responder pauta de reivindicações
247 - O Sindicato dos Professores do Chile confirmou a convocação de uma nova greve nacional de 48 horas, marcada para os dias 4 e 5 de junho, diante do que considera uma resposta insuficiente do Ministério da Educação a uma série de demandas urgentes. A informação foi divulgada pela agência Prensa Latina nesta quinta-feira (29).
A paralisação será acompanhada por uma grande mobilização em Valparaíso, onde os docentes prometem marchar pelas ruas da cidade e concentrar-se em frente ao Congresso Nacional. O objetivo é pressionar o governo a atender aos seis pontos da chamada “agenda curta”, que reúne reivindicações centrais da categoria.
Entre os temas que motivam a paralisação estão a aprovação da Lei de Posse de Professores, a revisão dos planos de carreira, o combate à violência nas salas de aula, a redução do estresse no ambiente de trabalho, o fortalecimento do papel da direção escolar e o investimento na educação pública. Para os docentes, são demandas viáveis e urgentes, que não exigem grandes recursos orçamentários, mas sim compromisso político.
“A falta de avanços nas negociações com as autoridades está agravando a insegurança no emprego e aprofundando a crise no sistema educacional”, alertou o sindicato em nota oficial.
Esta será a segunda mobilização nacional dos professores em menos de um mês. No último dia 15 de maio, dezenas de milhares de educadores tomaram as ruas de diferentes cidades do país em um protesto que teve ampla adesão. Em Santiago, cerca de 40 mil pessoas marcharam pela principal via da capital, a Avenida La Alameda, saindo da Plaza de la Dignidad até a Plaza de Los Héroes, ando pelo Palácio La Moneda, sede do governo.
Naquela ocasião, o presidente do Sindicato dos Professores, Mario Aguilar, explicou à Prensa Latina que os seis pontos da pauta não representam custos elevados ao Estado, e que o obstáculo à resolução está na falta de vontade do Executivo. “Estamos aqui para exigir respostas concretas do governo para cada um dos seis pontos da curta agenda”, afirmou Aguilar.
O líder sindical também advertiu que, caso não haja avanço nas negociações, a categoria poderá intensificar as mobilizações. “Se nossas reivindicações não forem atendidas, aremos para a próxima fase de mobilização”, declarou.
A crescente mobilização dos educadores reflete uma insatisfação estrutural com as condições de trabalho nas escolas públicas chilenas e denuncia a ausência de políticas eficazes para enfrentar problemas como a violência escolar, a precarização das relações de trabalho e o desgaste emocional dos profissionais da educação.
Ao escolher Valparaíso como palco do novo protesto, os professores pretendem reforçar a pressão sobre o Congresso e os parlamentares, buscando dar maior visibilidade à luta por valorização profissional e por uma educação pública de qualidade.
Com a paralisação se aproximando, cresce a expectativa sobre a resposta do governo chileno e do Ministério da Educação. Até o momento, não houve manifestação oficial sobre a nova greve, que promete movimentar novamente as ruas do país e recolocar o debate educacional no centro da agenda nacional.
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