Venezuela encerra campanha eleitoral com mobilizações populares e apelo à votação maciça
Faltando três dias para as eleições parlamentares e estaduais, governo e oposição finalizam atos de rua
247 - A campanha eleitoral na Venezuela chegou ao fim nesta quarta-feira (21), após 24 dias de mobilizações intensas em todo o país, tanto por parte das forças do governo quanto da oposição. Segundo informou a agência Prensa Latina, o encerramento oficial obedece ao cronograma legal, que prevê recesso de três dias antes da votação marcada para domingo (25). Mais de seis mil candidatos concorrem a cargos de governador, deputados à Assembleia Nacional e aos legislativos estaduais.
As eleições ocorrem em clima de alta mobilização política e sob alertas de segurança. O Ministério da Educação anunciou a suspensão das atividades escolares até sexta-feira, como parte dos preparativos para o pleito. O governo também ativou o Plano República, operação de segurança eleitoral que envolve mais de 490 mil civis e militares, incluindo 412 mil integrantes da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB).
O ministro da Defesa, general Vladimir Padrino, destacou a importância estratégica da operação. “Trata-se de um ato de Estado devido à profundidade do que significa em termos de garantia da soberania popular”, declarou. Ele acrescentou que o plano foi meticulosamente elaborado e está sendo executado com êxito: “É uma operação muito bem planejada, que durou meses”.
Carlos Quintero, vice-presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), definiu o processo como “um marco no calendário eleitoral”, ressaltando a complexidade da logística. “Estamos diante de duas eleições simultâneas em um único processo, com 569 cargos em disputa”, explicou. Serão escolhidos 285 deputados à Assembleia Nacional, 260 conselheiros legislativos estaduais e 24 governadores.
Os principais candidatos do Grande Polo Patriótico Simón Bolívar (GPPSB), coalizão de partidos que apoia o governo, encerraram suas campanhas nos estados em que concorrem. O presidente Nicolás Maduro participou da última atividade da campanha em La Guaira, ao lado de José Alejandro Terán, candidato ao governo estadual. Diante de milhares de apoiadores, o mandatário expressou otimismo: “Acredito que estamos à beira de uma das maiores vitórias que vimos nestes 26 anos”.
Maduro enfatizou o papel do povo na construção da campanha e do projeto político bolivariano: “Essa vitória foi forjada pelo povo; esta não é a história de um homem”. Em tom combativo, ele também conclamou a militância a fortalecer a mobilização popular até o dia da eleição. “É hora de afinar a máquina”, disse, em referência à estrutura de apoio político e logístico do chavismo.
A reta final da campanha ocorreu em meio a denúncias de ameaças terroristas organizadas por setores da extrema direita, segundo informações divulgadas pelo governo. As autoridades alertaram para a possível atuação de mercenários venezuelanos e estrangeiros com o objetivo de desestabilizar o processo eleitoral.
Apesar do cenário tenso, a expectativa oficial é de que o pleito ocorra em paz e com ampla participação popular. O governo reiterou o compromisso com a transparência e a soberania do voto. “Cada o dado reafirma que é o povo quem decide”, concluiu o general Padrino, reforçando a confiança nas instituições envolvidas na condução da jornada eleitoral.
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