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      Sara York

      Sara Wagner York ou Sara Wagner Pimenta Gonçalves Júnior é bacharel em Jornalismo, licenciada em Letras Inglês, Pedagogia e Letras vernáculas. Especialista em educação, gênero e sexualidade, primeiro trabalho acadêmico sobre as cotas trans realizado no mestrado e doutoranda em Educação (UERJ) com bolsa CAPES, além de pai, avó. Reconhecida como a primeira trans a ancorar no jornalismo brasileiro pela TVBrasil247.

      93 artigos

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      18 de maio, Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes

      Proteger a infância LGBTI+ é reconhecer sua existência e seu direito à liberdade, afeto e segurança

      (Foto: Reprodução/Internet)

      Nem toda ferida é visível. Algumas se escondem na alma, no silêncio imposto, no medo de contar - sobretudo quando a vítima é uma criança.

      No Brasil, a cada hora, 8 crianças ou adolescentes são vítimas de violência sexual. Mas a maior parte dessas histórias nunca será denunciada. Permanecerá abafada por dinâmicas familiares, por medos sociais, por instituições que ainda falham em proteger os mais vulneráveis.

      O 18 de maio, Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, não é apenas uma data no calendário: é um grito. Um grito por escuta, por justiça, por reparação. Esta data foi instituída em memória de Araceli Cabrera Sánchez, uma menina capixaba de apenas 8 anos de idade que foi brutalmente sequestrada, violentada e assassinada em Vitória, Espírito Santo, em 18 de maio de 1973. O crime, que chocou o Brasil pela sua crueldade e pelas controvérsias em torno de sua investigação e punição, expôs a realidade brutal do abuso e da exploração sexual de crianças e adolescentes, mobilizando a sociedade e os movimentos de defesa dos direitos humanos. A história de Araceli, marcada pela violência e pela impunidade parcial dos responsáveis, tornou-se o memorial vivo dessa luta e um chamado urgente para que outras Aracelis não precisem mais existir, garantindo a proteção e a dignidade de todas as crianças e adolescentes no país.

      A flor amarela, símbolo da campanha nacional desde 2009, representa essa infância frágil que precisa ser protegida. Neste ano, ela completa 25 anos como símbolo da luta pela dignidade infantil. Mas essa luta não é feita apenas de campanhas ou de leis - ela exige ações concretas, escuta qualificada e compromisso institucional.

      Como pedagoga, jornalista científica e doutora em educação, observo com apreensão como a dor infantil ainda é invisibilizada ou romantizada em muitos espaços. E como o jornalismo - este ofício que carrego com rigor e paixão - pode e deve ser ferramenta de denúncia, cuidado e transformação social. Cada pauta que se recusa ao sensacionalismo e escolhe aprofundar o tema com ética, contribui para romper o ciclo do silêncio que sustenta a cultura da violência.

      🌈 E as Crianças LGBTI+?

      Quando falamos em proteção da infância, é urgente reconhecer que crianças e adolescentes LGBTI+ enfrentam uma camada adicional de vulnerabilidade. Muitas vezes, a violência começa dentro de casa, quando expressam identidades de gênero ou orientações afetivas que desafiam expectativas normativas. Da expulsão ao silenciamento, da "correção" forçada ao abuso psicológico, os traumas vividos por essas crianças raramente são nomeados - e menos ainda denunciados.

      A infância LGBTI+ existe, ainda que tantas vezes negada. E precisa ser protegida não apenas do abuso sexual, mas também da violência institucional, religiosa e escolar que tenta apagar seus corpos e subjetividades.

      Segundo o relatório anual do Grupo Gay da Bahia, há registros crescentes de violência contra menores LGBTI+ - e isso inclui abusos sexuais, agressões físicas e psicológicas, além de tentativas de "cura" ou "conversão".

      Proteger a infância LGBTI+ é reconhecer sua existência e seu direito à liberdade, afeto e segurança. É garantir que toda criança, cis ou trans, hétero ou não, possa crescer sem medo de ser quem é.

      Nenhuma infância é "menor" que outra.

       Toda infância importa.

       Toda infância merece existir com dignidade.

      A responsabilidade é coletiva. A omissão é conivência.

      É tempo de dizer em alto e bom som: Infância não é lugar de violência. É lugar de afeto, liberdade e escuta.

      📌 Que o 18 de maio nos lembre que nenhuma criança pode ser esquecida. E que cada um de nós tem um papel na construção de uma infância sem medo. e: www.childhood.org.br.

      * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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