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      Paulo Henrique Arantes

      Jornalista há quase quatro décadas, é autor de “Retratos da Destruição: Flashes dos Anos em que Jair Bolsonaro Tentou Acabar com o Brasil”. https://noticiariocomentado.com/

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      A cara de pau do “mineirinho” da Odebrecht

      Nas planilhas da Odebrecht, Aécio Neves era chamado de “mineirinho”

      Aécio Neves (Foto: Reprodução)

      Aécio Neves deu as caras na propaganda do PSDB na televisão. Sorridente, bem-falante, nem parecia porta-voz de um partido à beira da extinção. Certamente, aposta na falta de memória dos brasileiros. O ex-governador mineiro, que nem de longe possui a malícia política do avô, Tancredo Neves, entrou na História como o bebê chorão que não aceitou a derrota para Dilma Rousseff em 2014, exibindo à época todo seu espírito golpista ao questionar o resultado eleitoral e, na sequência, sendo um dos principais artífices do impeachment da presidenta. 

      O que restava da imagem de Aécio seria destruído durante o governo de Michel Temer. Em 2017, ele foi gravado pedindo 2 milhões de reais a Joesley Batista, dono da JBS. Um mero empréstimo, alegou, o que não impediu que fosse afastado temporariamente do posto de senador que ocupava e que se tornasse réu por corrupção. Acabou inocentado em julho de 2023 pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região. Pedir dinheiro não é crime, afinal.

      Entre 2015 e 2017, Aécio Neves chegou a figurar em pelo menos oito inquéritos no Supremo Tribunal Federal por corrupção, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e obstrução da justiça, como parte da famigerada “Lista de Janot”. 

      Num processo que ainda tramita, delatores da Odebrecht afirmaram que ele recebeu cerca de 50 milhões de reais (30 milhões da própria Odebrecht, 20 milhões da Andrade Gutierrez) em troca de favorecimento na construção da Usina Hidrelétrica de Santo Antônio, no Rio Madeira, Rondônia. Esses valores teriam sido reados por meio de intermediários e contas no exterior, incluindo offshores em Cingapura. Nas planilhas da Odebrecht, era chamado de “mineirinho”.

      Não é pouco, tampouco é tudo. O hoje deputado que enaltece os feitos do PSDB na televisão de cara lavada também foi acusado de indicar diretores de Furnas para viabilizar um esquema de propinas em contratos. Enquanto governador de Minas Gerais, vale lembrar, Aécio Neves construiu um aeroporto em terreno de sua família - com dinheiro público, é claro.

      Aécio Neves, desde sempre, mostrou-se uma pessoa que gosta bastante dos prazeres da boemia, ainda que atualmente aparente mais recato. Tem amigos entre celebridades e pseudocelebridades, notadamente no meio artístico. Quem não se lembra da cara de decepção de Luciano Huck, ao lado de Aécio, quando Dilma venceu a eleição presidencial de 2014? A turma do sapatênis, da meritocracia e do “empreendedorismo” sempre esteve com o neto de Tancredo. Hoje, de modo bastante envergonhado.

      * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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