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      Marco Mondaini

      Historiador e Professor da Universidade Federal de Pernambuco. Coordena e apresenta o programa Trilhas da Democracia, exibido aos domingos na TV 247.

      114 artigos

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      Aquela foto, 50 anos depois

      Foto dos 6 grandes senseis nipo-brasileiros, tendo à sua frente o fundador da JKA, aguardou de maneira calma e silenciosa a agem do tempo

      Senseis Sagara, Tanaka, Uriu, Inoki, Watanabe e Kawamura. Em 1975, trouxeram o mestre Masatoshi Nakayama pela primeira vez ao Brasil (Foto: Revista Budô)

      A história possui um enredo surpreendente que, por muitas vezes, nem os melhores roteiristas e diretores de cinema são capazes de antecipa-la nas suas obras ficcionais.

      Nem mesmo Akira Kurosawa, o maior cineasta japonês de todos os tempos, premiado por filmes como Ran (Os senhores da guerra), Kagemusha (A sombra de um samurai) e Shichinin no samurai (Os sete samurais), se vivo fosse ainda, teria sido capaz de imaginar que a foto que ilustra o presente texto acabaria por se tornar um argumento pronto a ser desenvolvido num longa-metragem que narrasse a saga de uma geração de jovens japoneses que, no Pós-Segunda Guerra Mundial, viveu a aventura da migração ao Brasil.

      Tirada em 1975, quando da primeira visita do Sensei Masatoshi Nakayama ao Brasil, a foto chega ao ano de 2025, exatamente meio século depois, sem mais nenhum dos seus personagens vivos, pois o jovem que se destaca entre os “7 samurais” pela sua calça de estampa quadriculada acaba de nos deixar na manhã deste sábado, 11 de janeiro.

      A foto dos 6 grandes senseis nipo-brasileiros responsáveis pela difusão do karatê shotokan pelo Brasil afora, tendo à sua frente o fundador da Japan Karate Association (JKA), aguardou de maneira calma e silenciosa a agem do tempo – com a chegada do seu cinquentenário – para entrar definitivamente na história.

      Para aqueles que tiveram a oportunidade de colocar os seus pés no dojo da rua do Sossego 107, na região central do Recife, em algum momento da sua longa história de 55 anos, este 11 de janeiro amanheceu com um sentimento de tristeza pela partida do mestre de inúmeras gerações (e guerreiro) Hayashi Kawamura.

      Porém, recorrendo à liberdade poética, ouso dizer que o céu dos samurais nipo-brasileiros presentes naquela foto (Sadamu Uriu, Juichi Sagara, Hiroyasu Inoki, Luiz Watanabe e, especialmente, aquele que foi o seu maior amigo, Yasutaka Tanaka) está em festa com a chegada de Hayashi Kawamura – o Samurai da rua do Sossego.

      * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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