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      Camilo Irineu Quartarollo

      Autor de nove livros, químico, professor de química, com formação parcial em teologia e filosofia.

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      Coitados

      Nessa era virtual tudo é por aplicativos

      INSS (Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

      O esquema pegou os aposentados que não conseguiram se desvencilhar dos descontos impingidos pelas associações, nem por telefone ou reclamações ao INSS. Foram tantas que, em 2019, o PROCON de São Paulo alertara o INSS e a Secretaria Nacional de Jair Bolsonaro sobre descontos não autorizados em benefícios de aposentados e pensionistas – notícia da CNN – o esquema ou incólume sob o governo anterior. O Brasil teve grandes escândalos desde os Anões do orçamento e agora estourou esse. Muitas vezes o esquema é conhecido pelos corredores num zunzum dos bacanas. Há gente inescrupulosa, quadrilhas, lisos como bagres ensaboados, em busca de alguma brecha na lei, na portaria, no sistema ou por crime funcional. O app do INSS deveria ter a possibilidade de o aposentado cancelar o desconto ou a operação e, posteriormente, mover ação judicial cabível.

      O histórico dos descontos é de 1991, com a lei aprovada no Congresso que autorizou associações e sindicatos a descontar em folha dos aposentados. Nessa época não havia celulares ágeis como hoje. Ninguém recebia a cada minuto ofertas “maravilhosas”, com QR code e disparos no WhatsApp. 

      O governo Lula, em seu primeiro ano de mandato, 2023, pôs a CGU para investigar istrativamente e a Polícia Federal abriu os inquéritos. Já há prisões de fraudadores e apreensões de 24 relógios de marca, celulares, notebooks, e mais de R$ 34 milhões em veículos apreendidos, incluindo carros de luxo como Porsche e Ferrari, motos da BMW e da Suzuki, 141 joias e semijoias que somam R$ 727 mil e o equivalente a R$ 1,2 milhão em moeda estrangeira. 

      Os aposentados, contudo, querem saber sobre o seu dinheiro e da guarida que o INSS deu a essas associações que os extorquiram. Nessa era virtual tudo é por aplicativos e muitos desses complicados. A toda hora nos oferecem negócios, empréstimos, ofertas, “bondades” que custam caro. Nós sessentões ainda somos analógicos! 

      Os bancos antigos têm poucas agências e se entrar em uma delas fica à mercê do autoatendimento em telas por chamada. Antes de entrar tem as cabines giratórias, as quais apitam se não esvaziarmos os bolsos antes – talvez seja um treinamento para deixar tudo no banco mesmo. O aposentado até na agência fica perdido, vigiado e com poucas orientações, sob o olhar do vigilante bancário terceirizado ou ‘quarteirizado’. 

      Os que defendem o Estado mínimo ou críticos da máquina inchada de servidores agora defendem o atendimento presencial para aposentados. Ora, o serviço público no Brasil foi desmontado pelo governo anterior. Empresas privatizadas ou terceirizadas põem o mínimo do mínimo de funcionários, aliás, demitem, cortam quadros importantes. Para amenizar a questão do INSS, o governo vai usar as agências dos Correios, mas já se vê que podem ser insuficientes. Por ora, a nova presidência do INSS bloqueou os descontos e se informará aos aposentados se realmente am ou não para a retenção. Os bens apreendidos em posse dos fraudadores servirão como parte do ressarcimento.

      O INSS vai parar de descontar? É lei aprovada no Congresso!

      * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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