Em defesa do Mercosul, e, apesar de Milei, Lula estará em julho em Buenos Aires
A prioridade do presidente Lula, nesta viagem, é o Mercosul – a integração regional ganha importância extra em tempos de Trump
O presidente da Argentina, Javier Milei, tinha dito que o Mercosul é “uma prisão”, além de um obstáculo para um acordo de livre comércio com os Estados Unidos – sua preferência no mundo e onde esteve dez vezes desde que tomou posse há um ano e quatro meses. Mas o tarifaço do presidente Donald Trump, que incluiu a Argentina, e o trabalho da diplomacia brasileira acabaram mudando os planos de Milei. A Argentina continua firme no Mercosul.
Nesta sexta-feira, o chanceler Mauro Vieira participará, em Buenos Aires, de uma nova reunião com seus colegas do bloco. O encontro anterior ocorreu no início deste mês de abril. Os chanceleres vão afinar os detalhes dos possíveis acordos que devem ser anunciados, na capital argentina, no dia três de julho, durante a reunião dos presidentes Lula, Milei, Santiago Peña, do Paraguai, e Yamandú Orsi, do Uruguai.
Será a quinta vez que Lula e Milei estarão no mesmo espaço físico desde que o argentino tomou posse em dezembro de 2023. Eles estiveram na Cúpula do G7, em junho do ano ado, na Itália. Depois, se viram na reunião do G20, liderada pelo presidente brasileiro, no Rio de Janeiro – quando o argentino chegou com uma pasta embaixo do braço que, como uma barreira, dificultava um cumprimento mais próximo por parte de qualquer um dos participantes do evento. Os dois estiveram na reunião do Mercosul, em dezembro, em Montevidéu, e, no fim de semana, durante a cerimônia de despedida do papa Francisco, onde Milei chegou tarde. Apesar de estarem nos mesmos locais, não houve encontro algum ou diálogo entre Lula e Milei. O argentino tinha feito acusações contra Lula, na sua campanha à Presidência. Ele também tinha criticado o papa Francisco – “maligno na Terra” -, mas num encontro com o pontífice, no Vaticano, chorou copiosamente e pediu desculpas. “Coisas de jovens”, teria dito o papa a Milei, segundo ele mesmo contou em uma entrevista no fim de semana. Mas ainda não pediu desculpas a Lula, lembraram fontes diplomáticas. Se nada mudar até julho, a frieza persistirá. A prioridade do presidente Lula, nesta viagem, é o Mercosul – a integração regional ganha importância extra em tempos de Trump e na atual conjuntura geopolítica mundial.
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