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      Mauro os

      Engenheiro, ex-deputado federal pelo PT/SC, e presidente do Instituto Ideal

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      Energia elétrica, riscos e desafios desse século

      Um esforço global focado na busca da energia do futuro seria a decisão do século

      Linhas de energia conectando torres de alta tensão são vistas durante o pôr do sol em uma subestação elétrica nos arredores de Ronda, durante um apagão na cidade, Espanha, em 28 de abril de 2025 (Foto: REUTERS/Jon Nazca)

      A guerra Rússia x Ucrânia, insana em todos os sentidos, já entrou no seu terceiro ano. Além da destruição causada e da imigração descontrolada que provocou, deixou um rastro de mortos lado a lado. Sem o mínimo de atenção à realidade, a OTAN, de forma atabalhoada, expôs militarmente a sua fragilidade diante de uma Rússia fortalecida, apoiada à distância pela China e pela Índia. Como a guerra se estendeu além do esperado, a Europa, literalmente, desabou: sucumbiu diante de sua dependência energética e do impacto disso no bolso dos europeus. Vai custar a se reerguer. (*)

      Nos EUA, um megaempresário com um ego maior que o continente europeu, que queria controlar os carros elétricos e as novas baterias no mundo, sentindo-se engolido pela indústria chinesa, deu a seguinte declaração: "Se os carros elétricos tomarem conta do mercado, vai faltar energia para as pessoas." Supondo que temos mais de um bilhão de carros convencionais rodando, e que todos, ao longo dos próximos anos, sejam substituídos por carros elétricos, algo imprevisível vai acontecer com a geração, distribuição e transmissão de energia elétrica que temos hoje.

      Na Rússia, talvez de forma precipitada, o governo brasileiro sinalizou simpatia para participar de um novo programa nuclear no país. Nada de muito diferente do que se fez no ado durante o regime militar, quando assinou com a Alemanha a implantação de várias usinas nucleares. Desse ambicioso programa da década de 70, o que sobrou foi Angra I, Angra II e um esqueleto da vizinha Angra III. Uma obra iniciada em 1981 e até hoje inacabada. O custo atualizado do megawatt-hora é o maior do mundo. Ninguém quer assumir a obra, pelo mico que é. (**)

      Um dos temas em pauta, nesse mundo virado de cabeça para baixo, é a descarbonização do planeta, que ainda depende majoritariamente do gás, do carvão e do petróleo. Só que essa importante mudança não está acontecendo nem na velocidade esperada, muito menos no acolhimento dos países produtores e consumidores de combustíveis de origem fóssil. Portanto, um longo caminho nos separa desse novo modelo. O que se precisa é sair da caixa, pensar nos antigos filmes de ficção das décadas de 50 e 60.

      Ainda jovem, observava que eles tinham algo em comum: mobilidade rápida e eficiente. Drones que levavam pessoas como os táxis de hoje, mas, de tudo, o que mais impressionava era que as cidades não tinham fios e nem postes. O que nos leva a pensar que a energia elétrica era produzida e consumida no próprio local. Sendo isso verdade, a energia viria de uma pequena pilha, com alta tecnologia, carregada de energia.

      Se era viável nos sonhos de quem sonhava na década de 60, é muito mais viável agora, quando novos materiais estão disponíveis e minerais raros são descobertos. Um esforço global focado na busca da energia do futuro seria a decisão do século. Não faltarão recursos, tecnologia e nem inteligência para a humanidade deixar o seu grande legado: a descarbonização do planeta. (***)

      (*) A OTAN, sem os EUA, não tem como sustentar a guerra insana entre Rússia e Ucrânia, que, aliás, não deveria ter começado. Trump abandonou seus aliados, lavou as mãos. Segundo o governo americano, o poder bélico da Rússia é três vezes maior do que o da OTAN.

      (**) A pior coisa é insistir num erro. Angra III é uma tecnologia do século ado, década de 70, com equipamentos comprados e armazenados por quase 50 anos. Em 2003, como deputado federal, membro titular das Comissões de Energia, Meio Ambiente e Tecnologia da Câmara Federal, e titular do Conselho de Estudos Especiais do Congresso Nacional, fiz parte de uma comissão para apurar o estado da obra e dos seus equipamentos. Pouca coisa mudou.

      (***) Grandes usinas, imensas linhas de transmissão em alta tensão, bilhões de quilômetros de redes de distribuição em baixa tensão, que estão espalhadas pelo mundo, não vão atender mais à demanda crescente por energia. Se nós estamos nos aproximando dos 10 bilhões de pessoas e com a mobilidade elétrica avançando, algo de novo vai acontecer. Pensem nisso: o amanhã começa agora.

      * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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