Gaza esquecida
A realidade mesma, nos parece inável
A única cirurgiã ainda viva em Gaza, Geertje Govaert, holandesa, conseguiu comunicar-se e descreve seu trabalho naquele campo esquecido: Você ouve explosões, ambulâncias, e então sabe, em breve haverá mais homens, mulheres e crianças feridos na mesa de operação. Muitas vezes, você ouve o som primeiro — e depois vê os danos.
Thiago Ávila, jornalista brasileiro e integrante da missão humanitária, afirmou que a embarcação com água e alimentos, a Flotilha da Liberdade, foi atacada por drones israelenses enquanto navegava em águas internacionais próximas à costa de Malta. Não conseguiram chegar.
O território está dizimado. Crianças e velhos morrem por estilhaços, bombas, queimaduras e até de inanição. Não chega a ajuda humanitária ao lugar, mas as bombas vêm pelo ar. Parece que Deus os esqueceu, ou melhor, deus os fulmina de cima.
Aos poucos, os insanos ataques aos palestinos indefesos, contra mulheres e crianças, fazem crescer o clamor em toda orbe, cujos lamentos sobem aos céus. Nos EUA, os grupos em favor dos palestinos são perseguidos, notadamente os estudantes. Muitos de nós não conseguem nem olhar as imagens de tão ressentida nossa vergonha indefesa diante desse massacre sobre Gaza. Pensa-se que a guerra esteja no fim e o território “limpo” para um empreendimento americano, uma “Riviera do Oriente” como deseja Trump.
A guerra contra Gaza tem total apoio dos Estados Unidos e o governo atual é uma decadência daquele país, num jogo de blefes, de perseguições. Quem negociaria de espírito aberto com os EUA?!
Por outro lado, se penaliza a liberdade de expressão contra falas em favor dos palestinos, ou críticas aos líderes sionistas no governo de Israel. Por vezes, a realidade mesma, nos parece inável nessa pretensa democracia do tio Sam. Os EUA querem implantar a novilíngua, a "newspeak", normalizar, negar fatos e substantivos quando se fala das desumanidades contra Gaza.
sca Albanese, relatora da ONU, pede punição aos altos funcionários da União Europeia, inclusive a Ursula von der Leyen, e a Kaja Kallas, sob acusação de cumplicidade nos crimes de guerra pelo apoio à campanha de guerra israelense.
O papa Francisco, de inestimável memória e ações, telefonava toda a tarde para a paróquia de Gaza e dava alento ao pároco, padre Romanelli, e a outros da comunidade e única paróquia católica, os quais não queriam abandonar a pátria.
Curiosamente, Trump se apresenta na internet em vestes papais. Tal foto foi postada pelo perfil oficial da Casa Branca no Instagram. Achei ridículo, patético, inadequado e de muito mau gosto, um deboche ao rebanho contristado de Francisco. Contudo, esse factoide mascara a péssima aceitação dos seus “fiéis” seguidores estadunidenses, com a queda do PIB americano e alta de inflação lá.
A notícia é sinônimo de novidade, de algo iminente. Todavia, a notícia também pode ser produto falso, o qual ameniza, esconde e entorpece a consciência. É preciso pensar qual a real notícia, o que está por trás do falso evento.
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