Greenpeace age com desonestidade: mente para atacar empresa no Brasil e atrair doações
Punida nos EUA, ONG foi denunciada por atingir alvos que gerem repercussão. “JBS é a maior do mundo em proteína animal. Machuca os gringos”, afirmou Kátia Abreu
Os argentinos que invadiram de maneira cinematográfica a sede da empresa brasileira JBS em São Paulo foram liberados pela Polícia Federal, apesar da gravidade do caso. Sim, o caso é grave porque, por trás dessa ação, parece haver interesses geopolíticos que já se manifestaram anos atrás, por meio da operação Greenfield, irmã siamesa da Lava Jato.
Desta vez, a bandeira contra a empresa brasileira é agitada pelo Greenpeace, uma entidade com tentáculos no mundo todo e uma arrecadação financeira que faz dela um poderosíssima ONG, com recursos que financiam ações espetaculares como esta de terça-feira na capital paulista.
A ação do Greenpeace ocorre no momento em que a JBS se destaca internacionalmente, com aprovação pelas autoridades dos Estados Unidos para que a ação da empresa seja negociada na Bolsa de Nova York, a exemplo do que já ocorre na B3, a bolsa de valores brasileira, onde esta semana se tornou uma das companhias de maior valor, ao lado da Petrobras e Vale.
Há alguns anos, a JBS comprou a Swift, empresa-símbolo do capitalismo dos EUA e, pouco tempo depois, procuradores da república no Brasil estavam investigando a empresa sob os aplausos de outra ONG estrangeira, a Transparência Internacional.
O Greenpeace não tem nenhuma condenação por corrupção no sentido tradicional, mas é sabido que arrecada grandes quantias de pessoas físicas para campanhas que tenham repercussão, mesmo que não estejam, necessariamente, conectadas à verdade.
A ONG nasceu em 1971, no Canadá, depois de um protesto contra testes nucleares pelo governo dos EUA. Em 1975, seus militantes apareceram em imagens veiculadas no mundo todo tentando impedir a caça de baleias em alto-mar.
O que parece importar ao Greenpeace é a repercussão, que, como se sabe, atrai mais contribuições financeiras. O Greenpeace arrecadaria hoje R$ 1 bilhão de reais por ano no mundo todo, e remunera bem seus dirigentes.
Na terça-feira, pôde-se ver a forma como seus militantes agem: a invasão foi cinematográfica. Usaram escadas e, para chegar à cobertura de um galpão, onde colocaram faixa, se serviram de cordas, o que revela treinamento.
A causa defendida por eles é inconsistente. Acusam a JBS de corresponsabilidade por desmatamento, mas, em um documento, a própria ONG diz que não é possível provar a responsabilidade da empresa na criação de gado em áreas desmatadas.
“Não é possível afirmar que os bois que saíram da fazenda Tiborna (Pará) são os mesmos que foram abatidos pela JBS. Entretanto, sem o controle total da cadeia de fornecedores, há grande chance de haver uma contaminação por desmatamento no abastecimento de carne desse frigorífico”, afirmou.
A JBS faz campanha junto ao Ministério da Agricultura para que haja rastreamento completo. O interesse de rastrear é do próprio grupo empresarial, uma vez que fornece carne para a Europa, e seria prejudicado se o Velho Continente cumprir a ameaça de interromper a compra do produto se o Brasil não fizer esse controle.
A forma como o Greenpeace age para chamar a atenção da opinião pública – e, com isso, aumentar sua receita com doações – foi descrita por Patrick Moore, que foi da cúpula da ONG desde os seus primórdios até 2006. Ele explicou as razões que o levaram a romper com a entidade.
“Eles (os diretores) usavam da organização para um ‘ambientalismo pop’ com base no sensacionalismo, a desinformação, a tática do medo, etc, para tratar com as pessoas numa base emocional, em lugar de apelar para o arrazoado intelectual”, disse.
E por quê?
“O movimento 'ambiental' se tornou mais um movimento político do que um movimento ambientalista”, declarou.
“Eles se concentram principalmente em criar narrativas, histórias, que visam incutir medo e culpa no público para que este lhes envie dinheiro”, acrescentou.
Em março, o Greenpeace foi condenado pela Justiça nos EUA a pagar mais de US$ 660 milhões (cerca de R$ 3,7 bilhões) por conta de um protesto contra a empresa Energy Transfer que visava a impedir a instalação de um gasoduto em Dakota do Norte.
Os jurados entenderam que a ONG abusou do direito à liberdade de expressão, com mentiras e ações violentas. O Greenpeace recorreu e anunciou que pode deixar os EUA se não tiver êxito no recurso.
No caso da invasão da empresa brasileira, houve crime, ao violar o direito de propriedade e colocar em risco as pessoas que estavam trabalhando ali.
Imagine-se o que ocorreria se um segurança tivesse reagido à invasão e atirado, o que poderia ser entendido pela própria Justiça como ação legítima.
O grupo pulou o portão, que é alto, e, gritando, partiu para uma sala onde realizava uma assembleia de acionistas. Os seguranças tentaram conter os invasores num embate físico, mas poderiam ter atirado.
Ao liberar os invasores, a PF perdeu a oportunidade de aprofundar a investigação. Mas nunca é tarde. É preciso saber como a ação foi organizada e se, por trás dela, existem outros interesses.
A ex-senadora Kátia Abreu, que foi ministra da Agricultura de Dilma Rousseff, se manifestou na rede sobre as possíveis razões do Greenpeace:
“Greenpeace estava precisando de protagonismo. Eles estão em extinção e envolvidos em escândalos. JBS é uma empresa brasileira e a maior do mundo em proteína animal. Isso machuca os gringos”.
Faz sentido.
A Polícia Federal, por enquanto, se recusa a informar se, ao menos, foi aberto inquérito. É dever do Estado, representado pela PF, e a omissão da instituição revelaria prevaricação por parte de alguns agentes.
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