Lula e paz Rússia e Ucrânia
Os vira-latas preferem creditar a proposta de Putin, de um encontro com Zelenski na Turquia, à pressão do bilionário laranja que ocupa a presidência dos EUA
Se olharmos para a história mundial nos séculos XX e XXI, qual episódio mais chamará nossa atenção? Imagino que 10 entre 10 leitores destas linhas tenham pensado na Segunda Guerra Mundial. Um momento em que o mundo não apenas enfrentou um enorme confronto bélico, mas testemunhou a tentativa de espraiamento global do movimento político que representa o que de pior a humanidade já experimentou: o nazismo.
Pois me parece que a grande imprensa, mais uma vez, foi acometida da amnésia seletiva que lhe é peculiar. Ao se apoiar em nomes de “analistas”, suas páginas, telas e ondas tentaram imprimir uma visão negativa da participação do presidente Lula nas comemorações, em Moscou, dos 80 anos da capitulação de nazistas e fascistas diante dos soviéticos em 1945. Nunca é demais lembrar que, não fosse a atuação do Exército Vermelho, da antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, talvez o resultado daquela guerra fosse outro.
A miopia seletiva, utilizada sempre que interessa aos seus aliados, impediu a imprensa de reconhecer a importância da presença de Lula em um evento que convida o mundo a lembrar do que jamais deve retornar. Também a fez esquecer que a Rússia é parceira do Brasil nos BRICS. Da mesma forma, ignoraram — com a ajuda dos agrogolpistas em suas redes sociais — que um quarto dos fertilizantes e adubos importados para utilização na agricultura brasileira vem da Rússia.
Mas o mais grave é que se recusaram a enxergar, nas comemorações pelos 80 anos da vitória sobre o nazismo e o fascismo, uma oportunidade para Lula seguir em sua pregação pela paz entre Rússia e Ucrânia. E quais são as notícias que vêm do Leste Europeu no dia seguinte à conversa de mais de uma hora entre Lula e Putin? São de que as negociações pela paz entre os dois países avançaram.
Os vira-latas preferem creditar a proposta de Putin, de um encontro com Zelenski na Turquia, à pressão do bilionário laranja que ocupa a presidência dos EUA. Mas, coincidência ou não, a verdade é que esse movimento do presidente russo aconteceu logo após a conversa com Lula. As matérias, se fossem honestas, deveriam destacar esse fato. Mas não: preferem o viralatismo a reconhecer que o Brasil, com Lula, dá um show nas relações globais — e voltou a ser um ator importante e respeitado no cenário mundial.
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