Moção 66

Todos estão de olho no eletrônico, mas havia onze poltronas vazias e gabaritou a moção 66 da direita de Piracicaba-SP, do Laércio Trevisan Jr. e Renan Paes. Por fim, ou com dez votos favoráveis, não sem os votos contrários da Raí e da Sílvia. Os vereadores ausentes, onze deles, quer por uma razão ou outra, não votaram nessa moção polêmica em favor da anistia prévia dos golpistas.  

É certo que tivemos gente na frente do Tiro de Guerra da cidade – vimos o fanatismo numa marcha patética devido à derrota nas urnas. No dia do golpe, da “festa da Selma”, porém, os líderes do movimento desapareceram como bolhas de sabão, escafederam-se à praia ou aos Estados Unidos.

Anistia?! Onde já se viu anistia para inocentes?! Anistiam-se culpados! Estão itindo a culpa, confessando?

Há outras questões pertinentes e pendentes ao município e de legítima discussão, que demandam estudo e a boa política. A Câmara de Piracicaba não precisava gastar tanta energia com essa quimera bolsonarista.

No início deste ano, veio à Câmara, a toque de caixa, o projeto da Reforma istrativa. Tinha muitos cacos e ainda não se resolveram. As vereadoras Raí e Sílvia levantaram questões e votaram contra. Os demais apoiaram total ou parcialmente, uns o fizeram como voto de confiança ao prefeito, e reclamam até hoje dos desencontros dessa reforma atabalhoada.

As falas das vereadoras contrárias corroboram a complexidade e necessidade de estudo do Projeto de Reforma encaminhado, o qual se tornaria Lei. A vereadora Raí quis discutir as necessidades da criação não justificada dos cargos novos. A vereadora anota que nessa reforma haveria descontinuidade dos setores istrativos, por não terem cargos de caráter técnico e efetivos, mas que priorizavam os cargos comissionados. Analisava ainda que o projeto cria um Núcleo Contábil mas sem contador, cria Núcleo de Controle e Orçamento mas sem economista, cria quadro de Seleção e Avaliação Pessoal, mas sem psicólogo.

Sílvia Morales enfatizou e corroborou a fala da colega, mas ainda detalhou alguns aspectos. Rebateu o Projeto da Reforma que precariza a istração da cidade. Para essa edil, a tarefa a fim com o Meio Ambiente seria a de uma secretaria própria. Ressaltou a importância da Agenda Ambiental para o município, o qual tem problemas estruturais graves, com necessidades de atuação, em seu território com mais de 80% de zona rural, onde tem o alimento, a água, a cana-de-açúcar, que devem ser visto pelo espectro ambiental. A zona rural carece de planejamento com relação à estrutura hídrica, tubulações de esgoto, escoamento de águas fluviais, arruamentos, distribuição de energia, reflorestamento de nascentes e cuidados das áreas de proteção, como o horto de Tupi. Enfatizou a Crise Climática, dos extremos de frio, calor e ar seco, impermeabilizações do solo urbano, produzindo ilhas de calor na cidade e trazendo a poluição do ar e aumento significativo de doenças respiratórias.

Que a Câmara colabore em atualizações coerentes dessa Lei, já aprovada e capenga, contando com todos os vereadores presentes.