O mote que ajudou Lula em 2022 pode se tornar o maior adversário em 2026
"Embora a inflação seja um problema do governo ado, é improvável que o cidadão preserve isso na memória", escreve Rachel Vargas
O problema que assolou o governo Bolsonaro na reta final da gestão - a inflação de alimentos - foi mote de campanha de Lula, ao prometer picanha e cerveja na mesa do cidadão. Naquele ano, 2022, o cidadão já sofria com os preços nas prateleiras. O problema, segundo um petista, é que Lula errou ao garantir algo muito difícil de cumprir: a redução dos preços. Isso porque, a alta estava atrelada a fatores incontroláveis, como mudança climática, safra, guerras e por aí vai. E, desde então, pouco mudou. Agora, o mesmo fantasma ronda o terceiro ano da gestão petista que, não só não conseguiu cumprir a promessa da picanha, como lida com o aumento em itens básicos na mesa do cidadão, como café e ovo.
O PL, de Jair Bolsonaro, tem explorado o tema como se fosse uma realidade inédita. Nesta semana, por exemplo, o partido lançou uma peça publicitária em que o presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, aborda a questão e afirma que “o governo deixou tudo caro”, e na sequência pede a volta de Bolsonaro, numa idealização de mudança sobre o velho problema. Mera ilusão.
Embora a inflação seja um problema do governo ado, é improvável que o cidadão preserve isso na memória, a ponto de comparar os dados entre Lula e Bolsonaro. Quem deve fazer isso é o próprio governo, ao fazer chegar ao eleitorado a mensagem de que foi Lula quem herdou altos índices inflacionários da gestão ada. Porque, no final do dia e na hora de ir para as urnas, pesará o momento atual do cidadão e o que o efeito disso no bolso de cada um.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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