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      Denúncias de exploração sexual infantil disparam no Brasil e chegam a 18,8 mil em 2024

      Aumento expressivo dos registros pode estar relacionado à maior visibilidade do tema e à ampliação dos canais de denúncia

      Central de atendimento do Ligue 180 (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)
      Guilherme Levorato avatar
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      247 - As denúncias de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes no Brasil aumentaram quase 200% nos últimos quatro anos. Os dados são do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania e revelam que o número de registros saltou de 6.380, em 2020, para 18.826, em 2024, informa o g1.

      Neste domingo, 18 de maio, celebra-se o “Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes”, data instituída pela Lei Federal 9.970/00 em memória de Araceli Crespo, assassinada aos 8 anos de idade em 1973, no Espírito Santo. Em 2025, a campanha completa 25 anos de mobilização nacional.

      O alerta sobre o crescimento das denúncias é acompanhado por outro dado alarmante: segundo o Atlas da Violência 2025, produzido pelo Ipea e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a cada hora, 13 crianças ou adolescentes são vítimas de algum tipo de violência — seja ela sexual, física ou psicológica — no país. O número anual supera 115 mil casos.

      “O padrão se repete”, diz conselheira tutelar que sofreu abusos - Durante entrevista à GloboNews, Mona Lisa Nascimento, conselheira tutelar do Cruzeiro (DF), relatou sua história de sobrevivência. Ela foi vítima de abuso sexual cometido pelo padrasto entre os 6 e 12 anos de idade e hoje atua na linha de frente da proteção infantil.

      “A gente vê que os padrões se repetem. Eu era filha de uma mãe de sete filhos, e se ela perdesse aquele companheiro a gente teria dificuldade. Sempre tive medo de destruir a minha família por causa disso. E por causa das ameaças que ele fazia”, contou Mona Lisa. Segundo ela, foi o olhar atento do avô que possibilitou o início da mudança: “até que um dia, meu avô percebe e fala: aconteceu alguma coisa com a Mona Lisa, ela perdeu o brilho no olho”.

      Mais denúncias não significam mais violência, diz especialista - Apesar do aumento expressivo dos registros, especialistas alertam que o crescimento pode estar relacionado à maior visibilidade do tema, à ampliação dos canais de denúncia e ao fortalecimento das campanhas públicas.

      “A gente não tem como afirmar que acontecem mais casos. Com o aumento das campanhas, cada vez se fala mais do tema, as pessoas denunciam mais. A gente atribui ao fato do aumento do número de campanhas, de canais de denúncia, de vários espaços estarem falando do tema, e aí com isso, aumentam as denúncias”, avaliou Karina Figueiredo, secretária-executiva do Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes.

      Crimes online e operações da PF - A violência sexual contra menores também se manifesta de forma crescente no ambiente virtual. De janeiro de 2022 a março de 2025, a Polícia Federal realizou 2.233 operações para combater crimes online relacionados a abuso infantojuvenil.

      Somente entre janeiro e abril deste ano, 612 pessoas foragidas por crimes sexuais contra crianças e adolescentes foram presas. No mesmo período, de janeiro de 2024 a março de 2025, 113 vítimas foram resgatadas.

      Investigadores têm se infiltrado em plataformas como o Discord para identificar criminosos que praticam chantagem com fotos íntimas, incitam automutilação, estimulam o suicídio ou promovem o chamado “estupro virtual”.

      Uma luta histórica - O 18 de Maio marca não apenas uma data de mobilização, mas uma memória trágica. A menina Araceli Crespo foi sequestrada, estuprada e assassinada aos 8 anos em Vitória (ES), em 1973. Seu caso permanece impune até hoje e tornou-se símbolo da luta contra a violência sexual infantojuvenil.

      Vinte e cinco anos depois da criação da data nacional, os números reforçam a importância da denúncia, da escuta atenta e do compromisso permanente da sociedade com a proteção integral de crianças e adolescentes.

      Como denunciar - O Disque Direitos Humanos - Disque 100 é um serviço de utilidade pública do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, conforme previsto no Decreto nº 10.174, de 13 de dezembro de 2019, destinado a receber demandas relativas a violações de Direitos Humanos, especialmente as que atingem populações em situação de vulnerabilidade social.  

      O serviço pode ser considerado como “pronto socorro” dos direitos humanos e atende graves situações de violações que acabaram de ocorrer ou que ainda estão em curso, acionando os órgãos competentes e possibilitando o flagrante. 

      Qualquer pessoa pode reportar alguma notícia de fato relacionada a violações de direitos humanos, da qual seja vítima ou tenha conhecimento. 

      O serviço funciona diariamente, 24 horas, por dia, incluindo sábados, domingos e feriados. As ligações podem ser feitas de todo o Brasil por meio de discagem direta e gratuita, de qualquer terminal telefônico fixo ou móvel, bastando discar 100. 

      O Disque 100 recebe, analisa e encaminha denúncias de violações de direitos humanos relacionadas aos seguintes grupos e/ou temas:  

      • Crianças e adolescentes 
      • Pessoas idosas 
      • Pessoas com deficiência 
      • Pessoas em restrição de liberdade 
      • População LGBTQIA+ 
      • População em situação de rua 
      • Discriminação ética ou racial 
      • Tráfico de pessoas 
      • Trabalho análogo à escravidão 
      • Terra e conflitos agrários 
      • Moradia e conflitos urbanos 
      • Violência contra ciganos, quilombolas, indígenas e outras comunidades tradicionais 
      • Violência policial (inclusive das forças de segurança pública no âmbito da intervenção federal no estado do Rio de Janeiro) 
      • Violência contra comunicadores e jornalistas 
      • Violência contra migrantes e refugiados 
      •  Pessoas com Doenças Raras 

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