Direita brasileira defende sucessor ultraconservador para o Papa Francisco
Objetivo é frear a defesa de pautas identitárias e de imigração promovidas pelo pontífice
247 - A direita iniciou uma campanha para que o sucessor do Papa Francisco seja escolhido entre cardeais com um perfil ultraconservador. Segundo políticos brasileiros ouvidos pela coluna do jornalista Gustavo Uribe, da CNN Brasil, o objetivo seria limitar a defesa de temas como as pautas identitárias e a favor dos imigrantes, que marcaram o pontificado de Francisco.
De acordo com deputados de direita, a articulação teria o apoio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O presidente norte-americano, que tem se posicionado contra a política de imigração defendida pelo Papa, teria promovido a nomeação de um crítico ao pontífice como embaixador dos Estados Unidos na Santa Sé, como parte de sua estratégia para influenciar a Igreja Católica.
No último ano, o Papa Francisco fez duras críticas à política de imigração dos Estados Unidos, posicionando-se contra as práticas de exclusão de imigrantes promovidas pelo governo Trump. Atualmente, três cardeais são apontados como favoritos da direita para suceder o pontífice: Robert Sarah (Guiné), Péter Erdő (Hungria) e Raymond Leo Burke (Estados Unidos).
O Cardeal Robert Sarah, nomeado durante o pontificado de Bento XVI, tem se destacado por suas posições conservadoras, especialmente contra o aborto e a eutanásia. Com uma postura ortodoxa, Sarah foi frequentemente citado em discursos do ex-chanceler brasileiro Ernesto Araújo.
O Cardeal Péter Erdő, por sua vez, é conhecido por seu posicionamento crítico em relação à esquerda e à imigração. Cardeal desde o pontificado de João Paulo II, Erdő é contra a bênção de casais do mesmo sexo e a comunhão para divorciados, sendo considerado um dos poucos conservadores mencionados pela imprensa italiana entre os favoritos para o cargo.
Já o cardeal Raymond Leo Burke, nomeado também durante o pontificado de Bento XVI, se tornou conhecido por suas declarações de apoio a Donald Trump. Burke é crítico da flexibilização das políticas de imigração e da legalização do aborto, e é visto como um contraponto entre os cardeais americanos, que em sua maioria seguem a linha do Papa Francisco.
Ainda segundo a reportagem, o conclave para a escolha do novo Papa deve começar na segunda semana de maio, e 108 dos 135 cardeais que participarão da votação foram nomeados durante o pontificado de Francisco, o que poderá influenciar o rumo das discussões.
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