Em depoimento no STF, Tarcísio confirma encontro com Bolsonaro e nega ter discutido golpe
Governador de São Paulo diz que visitou o ex-mandatário após eleições por consideração pessoal, mas nega qualquer conversa sobre ruptura institucional
247 - Em depoimento prestado nesta sexta-feira (30) ao Supremo Tribunal Federal (STF), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), atuou como testemunha de defesa dte Jair Bolsonaro (PL), no processo que apura a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Segundo o UOL, Tarcísio confirmou ter se reunido com Bolsonaro em diferentes ocasiões entre novembro e dezembro de 2022, depois do segundo turno das eleições. No entanto, negou veementemente que os encontros tenham tratado de temas relacionados a uma ruptura institucional. “Toda vez que ia a Brasília, eu visitava o Bolsonaro, pela consideração que eu tinha, a relação que eu tinha [com ele]”, declarou. E acrescentou: “ava para transmitir minha solidariedade, meu abraço, meu respeito”.
As reuniões mencionadas pelo governador não aparecem na denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), tampouco na investigação que corre no STF. O depoimento foi breve e a questionamentos feitos exclusivamente pelos advogados de defesa de Bolsonaro. Tarcísio reiterou que jamais houve qualquer menção ou discussão sobre golpe de Estado com o ex-mandatário: “Jamais tocou neste assunto, jamais mencionou qualquer tentativa de ruptura”, afirmou. Segundo ele, ainda de acordo com a reportagem, esse tipo de conversa também nunca ocorreu durante sua gestão à frente do Ministério da Infraestrutura.
A estratégia da defesa de Bolsonaro tem sido pautada em depoimentos de testemunhas que negam a existência de tratativas golpistas. Na véspera, outras testemunhas também reafirmaram que o ex-presidente apenas contestava a lisura das eleições de 2022, sem propor atos ilegais.
Tarcísio de Freitas integrou o governo Bolsonaro até março de 2022, quando deixou o ministério para disputar o governo de São Paulo. Por isso, ele não participou de eventos centrais que constam na denúncia da PGR, como a reunião ministerial de julho de 2022 ou encontros com os comandantes das Forças Armadas, nos quais, segundo relatos de ex-comandantes da Aeronáutica e do Exército, Bolsonaro teria apresentado minuta de decreto visando se manter no poder após a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva.
Apesar de seu afastamento dos principais episódios investigados, Tarcísio mantém forte ligação com o bolsonarismo. Ele foi eleito governador com apoio explícito de Bolsonaro e é atualmente considerado um dos principais nomes da direita brasileira, sendo cotado para disputar a presidência da República em 2026, já que o ex-mandatário está inelegível.
Ao todo, 44 testemunhas já foram ouvidas pelo Supremo, sendo duas por meio de declarações escritas. Diversos depoimentos foram dispensados pelas defesas. A previsão é que as audiências sejam encerradas na próxima semana. Os depoimentos têm sido conduzidos pelo ministro Alexandre de Moraes. Ministros da Primeira Turma do STF, onde o processo tramita, também participaram de algumas sessões.
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