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      Ex-presidente do INSS compara afastamento ao caso Cancellier e diz que sofre por não poder voltar à autarquia

      Alessandro Stefanutto afirma que provará inocência, critica investigações da PF e da CGU e diz que decisão de desbloqueios foi istrativa

      Alessandro Stefanutto (Foto: ABR)
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      247 - O ex-presidente do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), Alessandro Stefanutto, comparou seu afastamento da autarquia ao caso do ex-reitor da UFSC Luiz Carlos Cancellier de Olivo, que cometeu suicídio em 2017 após ser alvo de uma operação policial. Em entrevista exclusiva à Folha de S.Paulo, Stefanutto disse que sofre por não poder retornar ao trabalho e relatou ter sido amigo pessoal de Cancellier. “O que mais doía nele era não poder voltar à universidade. E isso é o pior. Estou sofrendo por não poder ir lá trabalhar, porque minha vida foi sempre previdência”, afirmou.

      Stefanutto pediu demissão do cargo após ordem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dias depois de uma operação da Polícia Federal que apura um esquema de descontos não autorizados em aposentadorias e pensões. Ele criticou o pedido de afastamento feito pela PF e disse que vai provar sua inocência. “Dizer que tudo que fiz foi para beneficiar a entidade ou beneficiar alguém não é verdade. Estou juntando todos os documentos, discutindo com a minha defesa e vai acabar tudo bem”, afirmou.

      A Polícia Federal apontou que, em junho de 2024, Stefanutto determinou o desbloqueio de descontos para entidades investigadas, sem respaldo técnico da Dataprev e contrariando normas internas do INSS. Um dos casos envolve a Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), que teve autorização para descontos em cerca de 34 mil benefícios, mesmo após parecer contrário da Procuradoria do INSS. Stefanutto se defendeu: “Não estou aqui para defender a Contag, não tenho procuração para isso, mas isso é uma questão istrativa. Não há crime, leniência ou coisa assim”.

      O ex-presidente também afirmou que o bloqueio de descontos serve para proteger beneficiários de entidades mal-intencionadas, mas que é necessário cautela para não punir instituições sérias. “Conheci várias entidades que são de excelência. Quando alguém fala ‘você desobedeceu norma do próprio INSS’, eu podia até ter mudado a norma, porque era o presidente, mas optamos por explicar. Posso afirmar que a entidade possui essas fichas relativas a esse caso”, disse.

      Stefanutto comentou ainda o relatório da Controladoria-Geral da União (CGU), que indicou que 97% dos aposentados de uma amostra de 1.300 casos disseram não ter autorizado os descontos. Para ele, os dados são questionáveis e o estudo carece de transparência. “Nós indagamos na mesa, contestamos o relatório, perguntamos ‘como foi feita a entrevista, quem são as pessoas, quais são as entidades’. Não recebemos resposta. Esse estudo é magnânimo, ele não porta dúvidas. E eu sempre fui um contestador”, afirmou.

      Sobre a relação com o empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, apontado pela PF como figura central no suposto esquema e apelidado de “careca do INSS”, Stefanutto disse que o conhece, mas negou qualquer envolvimento irregular. “Tiveram reuniões em que acho que ele estava, mas não tinha ideia do que estava acontecendo. Conheço vários presidentes de entidades que não saberia nomear, também não me lembro dele me pedir nada”, afirmou.

      O ex-presidente também fez críticas aos bloqueios determinados pelo governo federal para interromper os descontos suspeitos. Segundo ele, a medida é extrema e interfere na relação entre aposentados e entidades, sem garantir o direito à ampla defesa. “Certamente, quando você permite um desconto equivocado numa pessoa de 70 anos, 80 anos, é cruel, concordo com o ministro quando fala isso. Mas também, quando você entra na relação de um aposentado sem perguntar a ele, também pode ser cruel.”

      Stefanutto disse que agora, fora do cargo, tem tempo para montar sua defesa e apresentar os fatos. “Tenho convicção da minha correção. Tudo será esclarecido”, concluiu.

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