Federações indicam greve de dois dias no Sistema Petrobras
Em meio à falta de avanços nas negociações com a estatal, paralisação nos dias 29 e 30 de maio será submetida à assembleia de trabalhadores
247 - As federações que representam os trabalhadores do setor petroleiro no Brasil voltaram a sinalizar insatisfação com a condução da política de pessoal da Petrobras. De acordo com informações divulgadas nesta quinta-feira (15) pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e pela Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), uma nova greve de advertência está sendo organizada para os dias 29 e 30 de maio.
A paralisação, que terá início às 7h do dia 29 e se estenderá até as 19h do dia 30, será submetida à deliberação das assembleias dos trabalhadores nas bases da companhia nos próximos dias. Trata-se da continuidade da mobilização iniciada em março, quando houve uma greve de 24 horas. O motivo central permanece o mesmo: a ausência de avanços concretos nas negociações com a direção da estatal, especialmente em temas como remuneração variável, cortes de custos e condições de trabalho.
Lucro bilionário e austeridade interna - As entidades denunciam o que consideram uma contradição entre o discurso da gestão e os resultados financeiros da empresa. Embora a Petrobrás tenha anunciado um lucro líquido de R$ 35,2 bilhões no primeiro trimestre de 2025, além da distribuição de R$ 11,72 bilhões em dividendos aos acionistas, a direção da empresa mantém medidas internas de austeridade, com impacto direto sobre os trabalhadores.
Segundo os dirigentes sindicais, essa política ficou mais evidente após declarações da presidente da estatal, Magda Chambriard, que indicaram uma orientação para contenção de despesas, mesmo em um cenário de alta lucratividade.
Segurança em xeque e denúncias de subnotificação - Além das questões remuneratórias, as federações também apontam sérias preocupações com a segurança nas unidades operacionais. Um dos casos que mais geraram indignação foi o acidente ocorrido recentemente na plataforma Cherne 1, localizada na Bacia de Campos (RJ). De acordo com a FUP e a FNP, há indícios de subnotificação de acidentes de trabalho, o que compromete a transparência e a responsabilidade da empresa na proteção da vida dos petroleiros.
As entidades reivindicam o fim dessa prática e cobram maior rigor e transparência na gestão da segurança operacional, exigindo que a empresa assuma medidas concretas para garantir um ambiente de trabalho seguro para todos.
Contraproposta e assembleias em preparação - Para além do protesto, as federações afirmam estar empenhadas na construção de uma saída negociada. Uma contraproposta unificada está sendo finalizada e será apresentada à direção da Petrobras nos próximos dias. A expectativa é que, com a pressão da mobilização e a força das assembleias, a estatal reabra um canal efetivo de diálogo.
As assembleias previstas para a próxima semana terão papel decisivo na definição do rumo da mobilização. Caso a proposta atual da empresa seja rejeitada – o que, segundo as lideranças sindicais, é o cenário mais provável –, a greve de dois dias será confirmada como novo ato de pressão por mudanças.
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