Gleisi defende reforma do IR para trazer “justiça fiscal”
A ministra defendeu a necessidade de mobilizar a opinião pública em torno da proposta
247 - A ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, defendeu a proposta do governo federal de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, durante entrevista ao programa Conversa com Bial, exibido na quarta-feira (28). Gleisi reforçou a importância da medida dentro de uma agenda de justiça fiscal.
“Mandamos ao Congresso. Isenta até R$ 5 mil e tributa quem ganha acima de R$ 50 mil. São só 141 mil pessoas. Isso é justiça fiscal. A efetiva tributação precisa garantir que quem ganha muito pague ao menos 10% do que recebe”, explicou Gleisi.
A ministra também criticou a elite econômica. “141 mil pessoas ganham acima de R$ 50 mil e não pagam nada. Isso é obsceno num país com 70% da população ganhando até dois salários mínimos”.
Sobre a tramitação da proposta no Congresso, ela reconheceu que haverá tentativas de mudanças, mas ressaltou a necessidade de mobilização da opinião pública: “Pode, e vai tentar. Mas essa é uma matéria que precisa de disputa, não só mediação. Se tiver acordo, precisa ser benéfico ao país e ao povo. Precisamos mobilizar a opinião pública.”
Comunicação - Apesar de ocupar papel estratégico na articulação política, Gleisi criticou a estratégia de comunicação da atual gestão, especialmente no ambiente digital. “Estamos há oito anos nos defendendo e esquecemos de disputar narrativas. Precisamos ser mais ofensivos”, declarou. Ela apontou que a oposição digital tem dominado as redes com vídeos bem produzidos e que o governo precisa aprimorar sua atuação para reconquistar a opinião pública.
Sobre o episódio do recuo na mudança do IOF, Gleisi itiu falha na comunicação: “A mudança era pequena, mas afetava fundos e remessas. A arrecadação seria baixa. Não valia o custo político.”
Eleições 2026 - Ao falar sobre a sucessão presidencial, Gleisi reafirmou que Lula é o único nome capaz de derrotar a extrema-direita nas eleições de 2026. “Temos quadros como Haddad e Camilo Santana, mas ainda não são lideranças consolidadas. Lula tem capilaridade. Se a extrema-direita voltar, será um retrocesso. Lula é necessário.”
Ela também falou sobre a atuação da primeira-dama Janja da Silva, que atua sem cargo formal, mas com agenda pública e transparência.
Questionada sobre uma declaração do presidente Lula, que disse que ela é “bonita para articulação política”, Gleisi respondeu com humor e firmeza: “Foi uma escorregada. Ele queria dizer que sou forte. O que importa são os gestos. Ele apoiou Dilma, me apoiou no PT, nomeou ministras e juízas. Tem compromisso real com as mulheres.”
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