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      Governo adia decisão sobre conclusão das obras de Angra 3

      Ime sobre a terceira usina nuclear do Brasil se arrasta, sem previsão de nova reunião do Conselho Nacional de Política Energética

      Angra 3
      Camila França avatar
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      247 - O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) adiou mais uma vez a decisão sobre a conclusão das obras da usina nuclear de Angra 3, localizada no litoral sul do Rio de Janeiro. O assunto estava previsto como o último item da pauta da reunião desta terça-feira (18), mas não houve consenso entre os ministros. Até o momento, o governo federal não definiu uma nova data para discutir o tema novamente.

      Em entrevista coletiva após a reunião, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, reforçou seu apoio ao setor nuclear e destacou a relevância estratégica da usina. “Hoje, ressaltei mais uma vez a importância estratégica do setor nuclear para o Brasil, por sermos um país com altas reservas de urânio e detentor da tecnologia. Precisamos analisar Angra 3 de forma holística”, afirmou o ministro.

      Silveira, no entanto, condicionou a continuidade das obras à reestruturação da Eletronuclear, empresa responsável pela usina. “Defendo a continuidade da obra de Angra 3, mas com a ressalva de que a Eletronuclear precisa ser completamente remodelada. Ela precisa ter musculatura suficiente para garantir transparência e eficiência na gestão da obra. Hoje, ela não é uma empresa que nos dá segurança para executar um projeto desse porte”, declarou.

      Investimentos bilionários e incertezas sobre o futuro

      Angra 3, cuja construção começou na década de 1980, já exigiu décadas de investimentos e, segundo estimativas, ainda precisa de cerca de R$ 30 bilhões para ser concluída. A paralisação das obras, somada à situação financeira delicada da Eletronuclear, impõe um desafio ao governo federal na definição do destino do empreendimento.

      Em dezembro de 2024, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) entregou à Eletronuclear um estudo técnico, jurídico e financeiro sobre a viabilidade da retomada do projeto. O parecer foi elaborado ao longo de dois anos, incluindo análises do Tribunal de Contas da União (TCU). Especialistas do setor defendem que a conclusão da usina é estratégica para o país, considerando a necessidade de fontes de energia firmes e de baixa emissão de gases de efeito estufa (GEE), especialmente com a crescente participação de fontes intermitentes, como eólica e solar, na matriz elétrica nacional.

      A Eletronuclear, porém, inicia 2025 enfrentando dificuldades financeiras. Com dívidas estimadas em R$ 7 bilhões e um custo anual de operação de R$ 800 milhões, a empresa depende de uma definição do governo para garantir a sustentabilidade econômica da usina. Caso o projeto seja abandonado, os custos podem chegar a R$ 21 bilhões.

      A situação também envolve a Eletrobras, privatizada em 2022 e detentora de 35% das ações com direito a voto na Eletronuclear. A estatal terá papel fundamental na decisão final, uma vez que será necessário um novo aporte de capital para viabilizar a conclusão das obras. Questionado sobre a possibilidade de a Eletrobras deixar a sociedade da Eletronuclear, Silveira foi categórico: “Não há possibilidade de ela sair”.

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