Governo Bolsonaro montou 'uma engenharia criminosa' para fraudar o INSS, diz ministro da AGU
Ministro da AGU responsabiliza gestão Bolsonaro por esquema de fraudes no INSS e critica tentativa de privatização da Dataprev
247 - Em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (8), o advogado-geral da União, Jorge Messias, atribuiu ao governo de Jair Bolsonaro (PL) a criação de uma “engenharia criminosa” para fraudar o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Segundo o ministro, o esquema foi estruturado "nos estertores" da istração anterior e envolveu a tentativa de desmonte da Dataprev — estatal responsável por armazenar e proteger os dados da Previdência.
“Está muito claro que uma tecnologia criminosa, um modelo criminoso de engenharia criminosa foi montada pelo governo anterior, nos estertores do governo anterior”, afirmou Messias. A declaração foi feita durante o anúncio do plano de ressarcimento aos segurados que sofreram descontos indevidos em seus benefícios.
Esquema sofisticado e desmonte institucional - Para o titular da AGU, as fraudes ocorreram em um contexto de fragilização deliberada da estrutura do INSS. “Todos aqui sabem a situação lamentável que nós encontramos o INSS: uma autarquia previdenciária desmontada, sem servidores públicos, sem sistema”, disse Messias, que também responsabilizou diretamente a antiga gestão pelo desmonte da Dataprev.
A empresa pública, destacou ele, estava na lista de desestatizações do governo Bolsonaro. “A Dataprev foi desmontada para ser vendida pelo governo anterior. Assim que o presidente Lula assumiu, ele retirou a empresa da lista, porque era fundamental que nós tivéssemos uma empresa pública que zelasse pela qualidade e garantia dos dados".
Ressarcimento das vítimas e recuperação de ativos - O ministro da AGU informou que os ressarcimentos anunciados nesta quinta-feira serão, prioritariamente, financiados pela recuperação dos ativos desviados. No entanto, ressaltou que o governo federal não hesitará em utilizar recursos da União se necessário, assegurando que nenhum segurado ficará desamparado. “Se eventualmente a União, o Tesouro Nacional, tiverem que arcar com qualquer custo, isso não significa que nós não prosseguiremos com o trabalho de buscar o regresso de cada centavo utilizado para pagar os aposentados e pensionistas".
Messias reiterou que a prioridade é reparar os danos aos beneficiários, mesmo diante da complexidade da operação: “neste momento preferimos, em caráter excepcional, atuar para compensar cada vítima que foi lesada por esse escândalo criminoso. E esse é o nosso propósito".
Críticas a parlamentares e exigência de explicações - Durante a coletiva, o ministro fez críticas diretas ao deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), que, segundo ele, “fez um vídeo com o objetivo de causar terror e pânico na população”. Messias cobrou explicações do parlamentar e de autoridades da antiga gestão: “espero que ele questione ao presidente que ele apoiou por que ele colocou a empresa pública que dá e à produção e à guarda desses bens para vender e desmontou essa empresa. Espero que isso seja apurado".
Messias também pediu que sejam esclarecidas as decisões da Casa Civil e do antigo Ministério da Previdência em relação à flexibilização de normas que impediam fraudes. “O presidente anterior sancionou esta medida. Então ele tem que se explicar. Quero que ele venha a público e explique".
Compromisso com a verdade e investigação - O ministro encerrou a fala destacando que a istração Lula está comprometida com a transparência e com a responsabilização dos envolvidos no esquema. “Este governo tem um único interesse, que é que a sociedade saiba exatamente tudo que aconteceu, por que aconteceu e quais são os interesses envolvidos neste esquema criminoso".
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