Lula e Boric criticam Trump por 'política protecionista, totalmente contrária à globalização'

247 -  O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar nesta terça-feira (22) a guerra comercial iniciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Em declaração à imprensa ao lado do presidente do Chile, Gabriel Boric, Lula afirmou que a política tarifária de Trump é “protecionista” e “completamente contrária à globalização”.

“Nós precisamos descobrir que na hora que você tem um presidente da República de um país importante como os Estados Unidos, que resolve estabelecer a discussão favorável a uma política protecionista contrário a tudo que foi falado para nós desde os anos 80, a globalização, o livre comércio, ou seja, todo mundo só falava em livre comércio e globalização, e de repente nada disso vale a pena, e o que vale a pena é o seguinte, é o protecionismo. Você não quer Guerra Fria, eu não quero Guerra Fria”, disse, se dirigindo a Boric.

Na sequência, o presidente disse que não quer ter que escolher entre China e Estados Unidos. “Eu não quero fazer opção entre Estados Unidos ou China. Eu quero ter relações com os Estados Unidos, eu quero ter relações com a China. Eu não quero ter preferência sobre um ou sobre outro. Quem tem que ter preferência são todos os meus empresários que querem negociar, mas eu quero negociar com todo mundo. Eu quero vender e comprar, vender e comprar, vender e comprar, fazer parceria. É isso que eu queria que você levasse daqui do Brasil”, completou.

Por fim, Lula defendeu a integração regional entre os países latino-americanos. “O Brasil tem um papel, pelo tamanho que tem, pela importância econômica que tem, para ser um país indutor. Eu digo sempre, a palavra não é correta, é generosa, mas eu digo que o Brasil tem que ser generoso. O Brasil não pode disputar cargo com os nossos irmãos da América Latina”, pontuou.

Boric também critcou o tarifaço do presidente norte-americano, Donald Trump, que preocupa lideranças do continente. "O Chile é contra a guerra comercial, contra politização arbitrária do comércio. Defendemos com muita força nossa autonomia estratégica no mundo, tendo relações com diferentes países e regiões sem ter de escolher entre um e outro", disse.