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      Violência nas escolas brasileiras atinge nível recorde e mais que triplica em uma década

      Relatório da Fapesp mostra que 13,1 mil vítimas foram atendidas em 2023

      (Foto: Reuters)
      Guilherme Levorato avatar
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      247 - A violência nas escolas brasileiras alcançou níveis preocupantes, mais do que triplicando em dez anos. Segundo levantamento divulgado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) nesta segunda-feira (14), com base em dados do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC), o número de vítimas atendidas após episódios de violência em contextos educacionais chegou a 13,1 mil em 2023. Em 2013, esse número era de 3,7 mil, informa o g1.

      O estudo aponta que os atendimentos referem-se a pacientes que procuraram unidades de saúde públicas e privadas após sofrerem agressões físicas ou psicológicas, se automutilarem ou tentarem o suicídio em decorrência de experiências vividas no ambiente escolar. O salto nos números representa uma grave crise na convivência dentro das instituições de ensino.

      Tipos de violência mais frequentes e perfil dos agressores - Entre os casos notificados em 2023, a agressão física foi o tipo de violência mais comum, representando 50% dos registros. Em seguida, vieram os episódios de violência psicológica ou moral (23,8%) e a violência sexual (23,1%). Outro dado preocupante revelado é que, em 35,9% das ocorrências, o agressor era um amigo ou conhecido da vítima, evidenciando a complexidade dos conflitos interpessoais no ambiente escolar.

      Classificações do MEC: das agressões extremas ao entorno escolar - De acordo com a categorização do Ministério da Educação (MEC), a violência que afeta a comunidade escolar se divide em quatro grandes grupos:

      • Agressões extremas, como ataques letais e premeditados — exemplificados pela tragédia ocorrida em uma creche de Blumenau, em 2023, onde quatro crianças foram assassinadas;
      • Violência interpessoal, envolvendo casos de discriminação e hostilidade entre estudantes, professores e demais membros da escola;
      • Bullying, caracterizado por intimidações físicas, verbais ou psicológicas de maneira sistemática e repetitiva;
      • Violência no entorno escolar, como tráfico de drogas, tiroteios e furtos, que afetam diretamente o ambiente de aprendizagem.

      Fatores estruturais e simbólicos impulsionam a violência - A Fapesp identificou uma série de fatores que explicam o crescimento exponencial da violência nas escolas entre 2013 e 2023, com destaque para o período entre 2022 e 2023. Entre os principais elementos estão:

      • A desvalorização da carreira docente e a perda de prestígio social dos professores;
      • A normalização de discursos de ódio, frequentemente minimizados ou legitimados;
      • A precarização da infraestrutura escolar, que compromete o ambiente de ensino;
      • O reflexo de violências domésticas, às quais os estudantes estão expostos ou das quais são vítimas;
      • Falhas na mediação de conflitos e no acolhimento de demandas emocionais;
      • A falta de preparo das secretarias estaduais de educação diante de casos de racismo e misoginia.

      Além desses pontos, o estudo alerta para a influência crescente das chamadas “comunidades mórbidas virtuais” — grupos on-line que promovem ideias destrutivas e incentivam comportamentos autolesivos — e também para o avanço na qualidade dos registros hospitalares, o que ajuda a dar maior visibilidade ao problema.

      Soluções propostas por especialistas - Diante desse cenário crítico, especialistas ouvidos pela Fapesp propõem alternativas de enfrentamento à violência escolar. As principais recomendações incluem:

      •  Implantação de políticas públicas contínuas, integradas e intersetoriais, envolvendo educação, saúde, justiça e assistência social;
      •  Transformação da cultura escolar em nível estrutural, evitando soluções paliativas ou projetos pontuais;
      •  Fortalecimento da gestão escolar com diversidade racial e de gênero;
      •  Maior articulação com os conselhos tutelares, especialmente em casos graves — o que, segundo o estudo, ainda é pouco comum em escolas privadas.

      O levantamento revela a necessidade urgente de uma ação coordenada e sistêmica para reconstruir o ambiente escolar como espaço de respeito, acolhimento e aprendizagem.

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