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      COP30 é 'momento da virada' para o clima, alerta presidente da conferência

      Em carta aberta enviada a 197 países, André Corrêa do Lago convocou a comunidade internacional a agir 'por escolha ou por catástrofe'

      Em carta, André Corrêa do Lago, presidente da COP30, convoca o mundo para mais engajamento contra a mudança do clima e apresenta prioridades da Conferência que acontece no Brasil, em novembro (Foto: Gabriel Della Giustina /Redes COP30)
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      247 - O presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, definiu a conferência climática que será realizada em Belém como o "momento da virada" no combate às mudanças climáticas. Segundo a CNN Brasil, em uma carta aberta divulgada nesta segunda-feira (10), o diplomata alertou que o mundo precisa agir imediatamente "por escolha ou por catástrofe".

      O documento, com 11 páginas, foi encaminhado para os 197 países signatários da Convenção-Quadro das Nações sobre a Mudança do Clima (UNFCCC) e traça os principais desafios da COP30, que ocorrerá em novembro no Brasil. Segundo Corrêa do Lago, a carta não é apenas um apelo aos governos, mas também às instituições democráticas, como parlamentos e tribunais, além da sociedade civil.

      Sem citar diretamente nenhuma nação, o embaixador fez uma defesa enfática do multilateralismo e da ação conjunta, em um trecho que pode ser interpretado como uma crítica velada aos Estados Unidos, que já deixaram o Acordo de Paris durante o governo de Donald Trump.

      "Ao aceitar a realidade e combater a catástrofe, o cinismo e o negacionismo, a COP30 deve ser o momento da esperança e das possibilidades por meio da ação – jamais da paralisia e da fragmentação", destaca um trecho do documento de acordo com reportagem.

      Corrêa do Lago reforçou que 2024 foi o ano mais quente da história e o primeiro em que a temperatura média global ultraou 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, um marco preocupante para o futuro climático do planeta.

      "A mudança é inevitável — seja por escolha ou por catástrofe. Se o aquecimento global não for controlado, a mudança nos será imposta, ao desestruturar nossas sociedades, economias e famílias", alertou o diplomata. "Se, em vez disso, optarmos por nos organizar em uma ação coletiva, teremos a possibilidade de reescrever um futuro diferente."

      Para sensibilizar a comunidade internacional sobre a necessidade de colaboração, o presidente da COP30 explicou o significado da palavra "mutirão", originada do tupi-guarani "motirõ". Segundo ele, esse conceito reflete a urgência de uma resposta coordenada contra a crise climática.

      "Ao compartilhar essa inestimável sabedoria ancestral e tecnologia social, a presidência da COP30 convida a comunidade internacional a se juntar ao Brasil em um mutirão global contra a mudança do clima", escreveu.

      O embaixador reconheceu que, após três décadas de negociações climáticas, os avanços ainda são insuficientes e defendeu uma agenda de implementação mais robusta para garantir resultados concretos.

      Fazendo alusão ao futebol, ele comparou a COP30 a um ponto de inflexão crucial: "Como nação do futebol, o Brasil acredita que podemos vencer ‘de virada’. Isso significa lutar para virar o jogo quando a derrota parece quase certa." "Juntos, podemos fazer da COP30 o momento em que viramos o jogo, quando colocamos em prática nossas conquistas políticas e nosso conhecimento coletivo sobre o clima para mudar o curso da próxima década", disse.

      O diplomata enfatizou que a ação climática deve envolver todos os setores da sociedade, desde grandes corporações e agentes financeiros internacionais até pequenos comércios de bairro, acadêmicos e povos tradicionais. Ele também destacou a necessidade de transformar compromissos em ações concretas, cobrando o cumprimento do que foi acordado nas conferências anteriores.

      Entre as propostas citadas, Corrêa do Lago mencionou a criação de uma plataforma digital para facilitar a colaboração entre governos e financiadores, permitindo que projetos de mitigação e adaptação climática sejam desenvolvidos de forma coordenada.

      O documento também anuncia a formação do “Círculo de Presidências”, um grupo consultivo que reunirá os presidentes das COPs anteriores, desde a COP21 (2015, quando foi firmado o Acordo de Paris) até a COP29 (2024, no Azerbaijão). O objetivo será fornecer aconselhamento sobre a implementação dos compromissos climáticos.

      O novo núcleo ainda contará com a participação das presidências das convenções da ONU sobre biodiversidade (UNCBD) e desertificação (UNCCD), ampliando a abordagem integrada da governança climática global.

      "O ‘Círculo de Presidências’ ajudará a garantir que a COP30 honre e sintetize os legados das COPs anteriores, ao mesmo tempo que reflete sobre a agenda em andamento e o futuro do nosso processo e da governança climática global", concluiu Corrêa do Lago.

      A COP30 será realizada em novembro de 2025, na cidade de Belém (PA), e marcará a primeira conferência climática da ONU sediada na Amazônia, reforçando o papel do Brasil no debate ambiental global.

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