window.dataLayer = window.dataLayer || []; window.dataLayer.push({ 'event': 'author_view', 'author': 'Redação Brasil 247', 'page_url': '/cultura/filme-israelense-palestino-vence-o-oscar-e-diretores-criticam-limpeza-etnica-em-gaza' });
TV 247 logo
      HOME > Cultura

      Filme israelense-palestino vence o Oscar e diretores criticam "limpeza étnica" em Gaza

      "Chamamos o mundo a tomar ações sérias para acabar com a injustiça e deter a limpeza étnica do povo palestino”, declarou um dos diretores ao subir ao palco

      Basel Adra e Yuval Abraham (Foto: Reuters/Daniel Cole)
      Redação Brasil 247 avatar
      Conteúdo postado por:

      Reuters - "No Other Land", um documentário sobre o deslocamento de uma comunidade palestina por Israel, venceu o Oscar de melhor documentário no domingo. Durante a premiação, seus diretores pediram ao mundo que ajude a encerrar o conflito e acusaram os Estados Unidos de bloquear uma solução.

      Os co-diretores do filme, o ativista palestino Basel Adra e o jornalista israelense Yuval Abraham, aram cinco anos produzindo o documentário. O filme retrata soldados israelenses demolindo casas e expulsando moradores para transformar a área em um campo de treinamento militar, além da expansão de assentamentos judeus sobre a comunidade palestina.

      A obra expõe as realidades paralelas vividas pelos dois amigos: Abraham, que possui uma placa de identificação amarela israelense que lhe permite circular livremente, e Adra, confinado em um território que se torna cada vez menor para os palestinos.

      “No Other Land reflete a dura realidade que enfrentamos há décadas e contra a qual ainda resistimos. Chamamos o mundo a tomar ações sérias para acabar com a injustiça e deter a limpeza étnica do povo palestino”, declarou Adra ao subir ao palco.

      Ao lado do colega, Abraham acrescentou: “fizemos este filme, palestinos e israelenses juntos, porque nossas vozes são mais fortes unidas. Vemos uns aos outros. Vemos a destruição atroz de Gaza e seu povo, que precisa acabar. Vemos os reféns israelenses brutalmente levados no crime de 7 de outubro, que precisam ser libertados.

      Quando olho para Basel, vejo meu irmão, mas não somos iguais. Vivemos em um regime no qual eu sou livre sob leis civis, enquanto Basel está sob uma lei militar que destrói sua vida e sobre a qual ele não tem controle”, continuou o jornalista israelense.

      Ele defendeu uma solução política sem supremacia étnica, garantindo direitos nacionais para ambos os povos, e criticou a postura dos Estados Unidos no conflito:

      “A política externa deste país ajuda a bloquear esse caminho. E por quê? Vocês não percebem que estamos interligados? Meu povo só pode estar verdadeiramente seguro se o povo de Basel for verdadeiramente livre e seguro. Há outro caminho. Ainda não é tarde para a vida, para os vivos.”

      Críticas a Trump e reações em Israel - O presidente dos EUA, Donald Trump, sugeriu no mês ado que os palestinos emigrassem de Gaza para países vizinhos como Egito e Jordânia, o que gerou ampla condenação no Oriente Médio e no cenário internacional, sendo considerado um plano desestabilizador.

      Já em Israel, o ministro da Cultura, Miki Zohar, lamentou a vitória do filme no Oscar, classificando-a como um “momento triste para o cinema”. Segundo ele, o documentário apresenta uma "visão distorcida de Israel", que ainda sofre as consequências do ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023.

      “A liberdade de expressão é um valor importante, mas usar a difamação de Israel como ferramenta de promoção internacional prejudica o Estado de Israel. Após o massacre de 7 de outubro e a guerra em curso, isso é ainda mais doloroso”, declarou Zohar na rede X (antigo Twitter).

      Apesar de ter sido premiado em festivais da Europa e dos Estados Unidos, "No Other Land" ainda não conseguiu um acordo para exibição comercial nos cinemas norte-americanos. Em entrevista à Deadline, Abraham afirmou que a recusa de distribuidores dos EUA tem "razões políticas", mas demonstrou esperança de que essa situação mude.

      Diante dessa barreira, os diretores optaram por lançar o filme de forma independente, levando-o a quase 100 cinemas ao redor do mundo.

      ❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com [email protected].

      ✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.

      Rumo ao tri: Brasil 247 concorre ao Prêmio iBest 2025 e jornalistas da equipe também disputam categorias

      Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

      Cortes 247

      Relacionados

      Carregando anúncios...
      Carregando anúncios...