Itamaraty e Minc: “Democracia e direitos humanos são valores inegociáveis da sociedade brasileira”
Em nota conjunta, os dois ministérios celebraram o Oscar de Ainda Estou Aqui e destacaram a importância da cultura na defesa da memória e da justiça
247 – O Ministério das Relações Exteriores e o Ministério da Cultura divulgaram uma nota conjunta nesta segunda-feira (3) para celebrar a vitória do filme Ainda Estou Aqui no Oscar de Melhor Filme Internacional. O comunicado, publicado após a conquista inédita do Brasil na premiação, parabeniza o diretor Walter Salles e toda a equipe do filme, além de reconhecer a importância histórica da produção para a memória nacional.
“O Ministério das Relações Exteriores e o Ministério da Cultura cumprimentam o diretor Walter Salles e toda a equipe do filme Ainda Estou Aqui pela premiação como Melhor Filme Internacional na 97ª edição dos Prêmios da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. Felicitam, ainda, Fernanda Torres pela histórica indicação na categoria de Melhor Atriz”, diz a nota.
O documento ressalta que o longa, primeiro filme brasileiro a vencer a categoria, traz à tona a trajetória de Eunice Paiva, advogada e ativista dos direitos humanos, reconhecida por sua luta pelos povos indígenas, pela democracia e pelo direito à memória e à justiça. “O filme resgata sua história de resistência e de luta por justiça para crimes cometidos durante a ditadura militar”, destaca o texto.
Vitória histórica do cinema brasileiro
A premiação de Ainda Estou Aqui marca a primeira vitória do Brasil na categoria de Melhor Filme Internacional do Oscar. A produção, dirigida por Walter Salles e baseada no livro de Marcelo Rubens Paiva, narra a luta de Eunice Paiva após o desaparecimento forçado e assassinato de seu marido, o engenheiro e ex-deputado Rubens Paiva, vítima da repressão da ditadura militar.
Ao receber a estatueta, Walter Salles dedicou o prêmio à protagonista da história. "Uma honra tão grande. Isso vai para uma mulher que teve uma perda tão grande. Esse prêmio vai para ela, Eunice Paiva, e para as mulheres extraordinárias que deram vida a ela, Fernanda Torres e Fernanda Montenegro", afirmou o cineasta durante seu discurso.
Antes desta conquista, o Brasil já havia sido indicado ao Oscar de Melhor Filme Internacional com O Pagador de Promessas (1963), O Quatrilho (1996), O Que É Isso, Companheiro? (1998) e Central do Brasil (1999), mas nunca havia levado a estatueta.
Cultura como instrumento de memória e resistência
Na nota conjunta, Itamaraty e Ministério da Cultura enfatizam que a vitória do filme brasileiro “reflete a excelência do cinema nacional, ampliando sua projeção no cenário internacional” e reforça o papel essencial da cultura na preservação da memória histórica.
“O filme destaca a importância da proteção e da promoção dos direitos humanos e da democracia como valores inegociáveis da sociedade brasileira”, afirmam os ministérios.
A conquista de Ainda Estou Aqui acontece em um momento de revalorização do cinema nacional e de fortalecimento das políticas culturais no país. Ao abordar um dos períodos mais sombrios da história brasileira, a produção reafirma o compromisso com a verdade e a justiça, dando visibilidade às lutas de figuras como Eunice Paiva e tantas outras vítimas da repressão. Leia a íntegra da nota:
Primeiro filme indicado pelo Brasil a vencer o Oscar de Melhor Filme Internacional, "Ainda Estou Aqui” retrata a vida da advogada e ativista Eunice Paiva, reconhecida líder na defesa dos direitos humanos, dos direitos dos povos indígenas, da democracia e do direito à memória, à verdade e à justiça. O filme resgata sua história de resistência e de luta por justiça para crimes cometidos durante a ditadura militar.
A premiação reflete a excelência do cinema brasileiro, ampliando sua projeção no cenário internacional. Além disso, reforça o indispensável papel da cultura como instrumento de memória e de reflexão, destacando a importância da proteção e da promoção dos direitos humanos e da democracia como valores inegociáveis da sociedade brasileira.
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