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      Ata do Copom cita Selic "significativamente contracionista por período prolongado"

      Banco Central prevê desaceleração da economia nos próximos meses, mas projeta alta na renda disponível com novo crédito consignado

      Reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil (Foto: Raphael Ribeiro/BCB)
      Guilherme Levorato avatar
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      247 - O Banco Central reconheceu, em ata divulgada nesta terça-feira (13), que o novo modelo de crédito consignado voltado a trabalhadores do setor privado já provoca efeitos positivos sobre o crescimento econômico do país. Lançada em março pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a reformulação da linha de crédito foi mencionada como fator incorporado às projeções do Comitê de Política Monetária (Copom), relata o jornal O Globo.

      De acordo com o documento, o comitê identificou que o maior benefício da medida ocorre na elevação da renda disponível da população, a partir da substituição de dívidas mais onerosas por empréstimos com juros mais baixos. “O Comitê incorporou em seu cenário-base algum impacto das alterações no consignado privado sobre o crescimento, mas majoritariamente por meio de uma elevação de renda disponível a partir da troca de dívidas, o que tem efeito mais comedido sobre a projeção agregada”, pontuou o BC.

      Desde seu lançamento, o volume de concessões do novo consignado ultraou R$ 10 bilhões em pouco mais de um mês, surpreendendo tanto o mercado quanto o próprio governo.

      Medida estrutural, não cíclica - Apesar da percepção favorável, o Banco Central ressaltou que os efeitos do programa ainda estão em fase inicial e cercados de incertezas. Por isso, o Copom continuará monitorando seus impactos no crédito e na atividade econômica. O colegiado também fez questão de frisar que a novidade não deve ser entendida como um estímulo de curto prazo, mas sim como uma mudança estrutural no mercado de crédito brasileiro.

      Setores do mercado demonstraram preocupação com o momento de implementação da medida, já que o crescimento do volume de crédito pode reforçar a atividade econômica, em um contexto em que o BC busca justamente reduzir seu dinamismo para garantir a convergência da inflação à meta de 3%.

      Política fiscal em destaque - A ata também trouxe um trecho específico sobre a condução fiscal do governo, apontando que a política adotada nos últimos anos representou um “estímulo significativo” à atividade. Segundo o texto, “uma política fiscal que contribua para a redução do prêmio de risco e atue de forma contracíclica contribui para a convergência da inflação à meta”. O Banco Central reforçou ainda que a harmonia entre política fiscal e monetária segue sendo fundamental.

      Desaceleração da economia e juros altos - O Copom demonstrou maior confiança na previsão de desaceleração da economia brasileira ao longo dos próximos trimestres. De acordo com a ata, os sinais de moderação no crescimento já começam a ser percebidos e são “necessários” para que a inflação recue ao nível de 3%, conforme o objetivo do Banco Central.

      “A conjuntura de atividade segue marcada por sinais mistos com relação à desaceleração de atividade, mas observa-se uma incipiente moderação de crescimento”, avaliou o comitê.

      Os efeitos da política monetária, segundo o documento, já se fazem presentes em áreas como crédito, mercado de trabalho, câmbio e expectativas empresariais. A Selic, que foi elevada na última reunião em 0,50 ponto percentual, atingindo 14,75% ao ano — o maior patamar desde 2006 — deve permanecer em nível “significativamente contracionista por período prolongado”.

      Incertezas externas e o “tarifaço” de Trump - No balanço de riscos para a inflação, o Copom incluiu um novo fator de viés de baixa: a possível redução nos preços das commodities. Esse cenário, no entanto, está atrelado a um ambiente externo descrito como “particularmente incerto”.

      O comitê destacou os impactos da política comercial dos Estados Unidos, referindo-se às medidas protecionistas do presidente Donald Trump, como um fator de instabilidade global. “A política comercial alimenta incertezas sobre a economia global, notadamente acerca da magnitude da desaceleração econômica e sobre o efeito heterogêneo no cenário inflacionário entre os países”, afirmou a ata.

      Além disso, o BC destacou que a volatilidade de ativos financeiros e o aumento das tensões geopolíticas ampliam os desafios para países emergentes como o Brasil, exigindo maior prudência na condução da política econômica.

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