BC diz que política comercial dos EUA exige cautela de países emergentes
Relatório de Estabilidade Financeira aponta que incertezas globais exigem cautela de países emergentes, mas garante solidez do sistema bancário brasileiro
247 - O Banco Central (BC) divulgou nesta terça-feira (29) seu mais recente Relatório de Estabilidade Financeira, no qual avalia os impactos da política econômica dos Estados Unidos sobre o cenário global e alerta para a necessidade de prudência por parte das economias emergentes. As informações são da CNN Brasil.
O relatório destaca que as tarifas comerciais adotadas recentemente pelos EUA estão provocando um aumento significativo nas incertezas dos mercados, afetando diretamente as expectativas e a confiança dos agentes econômicos. “Esse contexto tem gerado ainda mais dúvidas sobre os ritmos da desaceleração e da desinflação e, consequentemente, sobre o crescimento nos demais países”, afirma o BC. Em seguida, a instituição ressalta: “Esse cenário segue exigindo cautela por parte de países emergentes.”
Apesar do ambiente internacional instável, o Banco Central avalia que o Sistema Financeiro Nacional (SFN) está bem posicionado para enfrentar possíveis turbulências. “O BC segue atento à evolução do cenário internacional e avalia que a exposição do SFN ao risco da taxa de câmbio é baixa, e a dependência de captação externa é pequena. O BC segue preparado para atuar de forma a minimizar eventual contaminação desproporcional sobre os preços dos ativos locais”, afirma o relatório.
Segundo o documento, não há risco relevante para a estabilidade financeira do país no curto prazo. O sistema bancário brasileiro continua com “capitalização e liquidez confortáveis e provisões adequadas ao nível de perdas esperadas”. Além disso, testes de estresse indicam que as instituições financeiras mantêm robustez diante de diferentes cenários adversos.
No entanto, o BC chama atenção para o crescimento das preocupações com os riscos fiscais e o endividamento. “As instituições pesquisadas demonstram também preocupação com a possibilidade de desaceleração acentuada da economia e de aumento da inadimplência, em um cenário de elevado endividamento de famílias e empresas”, aponta o relatório.
Outro destaque é a expansão do crédito bancário no segundo semestre de 2024. O financiamento a pessoas físicas acelerou, especialmente na aquisição de veículos e no crédito não consignado. Já para empresas, o crescimento do crédito foi observado em todos os portes, refletindo aumento nas contratações. Ainda assim, o BC prevê que os impactos do atual ciclo de alta de juros devem ser significativos. “O BC estima que o atual ciclo de aumento da taxa de juros terá forte impacto para as empresas não financeiras, porém mais moderado que durante a recessão de 2015-2016”, conclui o relatório.
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