Em resposta ao tarifaço de Trump, Brasil aposta no fortalecimento do Brics para ampliar exportações
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, defende bloco como alternativa ao protecionismo dos EUA; Apex mapeia mais de 1,6 mil oportunidades comerciais
247 - O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, defendeu o fortalecimento do Brics como alternativa estratégica para o Brasil enfrentar “tarifaço” imposto pelo governo dos Estados Unidos, aplicando sobretaxas sobre diversos produtos importados, incluindo aço e alumínio.
“O protecionismo sem precedentes adotado pelos EUA nos motiva ainda mais a fortalecer esse bloco geopolítico e buscar novas oportunidades comerciais”, declarou Fávaro após uma reunião temática sobre agricultura promovida no âmbito da presidência brasileira do Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Segundo o ministro, os países membros chegaram a um consenso sobre a necessidade de ampliar o comércio agropecuário entre si, diante das barreiras comerciais impostas pelo mercado norte-americano.
De acordo com reportagem do G1, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) elaborou um mapeamento com 1,6 mil produtos brasileiros com potencial de exportação para os países do Brics. As principais oportunidades identificadas foram: África do Sul: 582 produtos; China: 400 produtos; Índia: 388 produtos; Rússia: 231 produtos.
Entre os setores mais promissores estão proteína animal, alimentos processados e rochas ornamentais. Em 2024, o Brasil exportou US$ 102,5 bilhões para os países do Brics, mantendo um superávit comercial de US$ 20,4 bilhões.
Diversificação de parceiros e Mercosul-UE
Ainda de acordo com a reportagem, especialistas apontam que, além de buscar alternativas junto ao Brics, o Brasil precisa manter o diálogo com os EUA e, ao mesmo tempo, diversificar seus parceiros comerciais. Nesse sentido, uma comitiva com representantes da Apex e do Ministério das Relações Exteriores viaja entre os dias 23 e 30 de abril para Europa com o objetivo de acelerar a ratificação do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, assinado em 2024 após mais de duas décadas de negociação.
As agendas estão previstas para Portugal, Polônia e Bélgica, e incluirão encontros com autoridades dos setores agrícola, de comércio, investimentos e ciência e tecnologia. A delegação contará com empresários de segmentos como café e frutas.
China e América Latina
Paralelamente, o presidente Lula deve viajar à China em maio para participar de uma reunião da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) com o presidente Xi Jinping. A China tem intensificado sua atuação econômica e política na América Latina por meio de investimentos estratégicos, como no porto de Chancay, no Peru.
Com a tensão comercial global em alta, o governo brasileiro aposta no multilateralismo e na diversificação de mercados para proteger e expandir suas exportações.
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