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      Empresa que anunciou investimentos em delivery ao presidente Lula tem péssimo histórico trabalhista

      É fundamental que o governo brasileiro esteja atento às práticas adotadas pela empresa Meituan, contestadas na própria China

      Divulgação (Foto: Divulgação)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 – A gigante chinesa Meituan, que anunciou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva um investimento de R$ 5,6 bilhões para iniciar operações no setor de delivery no Brasil, carrega consigo um histórico preocupante de violações trabalhistas, denunciadas por veículos de imprensa internacionais e por trabalhadores em seu país de origem. Embora a entrada da empresa no mercado brasileiro prometa acirrar a concorrência e impulsionar a oferta de serviços de entrega, é essencial que o governo e a sociedade civil estejam atentos ao modelo de negócios que a empresa pretende implantar.

      A Meituan foi tema de uma matéria da CNN Internacional em outubro de 2024, que retratou o ambiente de extrema pressão enfrentado por entregadores na China, submetidos a metas exaustivas e algoritmos impiedosos. Segundo a reportagem, os motoristas enfrentam jornadas longas, penalidades por pequenos atrasos e têm sua saúde mental e física profundamente impactadas por um sistema de gestão automatizado, que privilegia a eficiência a qualquer custo. Os próprios trabalhadores relataram “colapsos nervosos” e situações de desespero, refletindo um cenário de verdadeira exploração moderna.

      Além disso, uma investigação publicada pelo South China Morning Post, um dos grandes veículos de comunicação chineses, revelou o impacto físico devastador que o ritmo de trabalho imposto por empresas como a Meituan causa aos entregadores em Hong Kong. A matéria destacou casos de exaustão extrema, dores respiratórias e doenças decorrentes da sobrecarga laboral, muitas vezes invisibilizadas por trás da promessa de “autonomia” e “flexibilidade” que esse tipo de ocupação costuma vender ao público.

      Mesmo na China, país conhecido por sua legislação trabalhista mais permissiva em relação à proteção social, a Meituan já foi alvo de críticas severas por parte de acadêmicos, jornalistas e movimentos sociais. O documentário disponível no YouTube intitulado China's Food Delivery Meltdowns apresenta relatos de motoristas em colapso e cenas de estresse extremo causadas pelas condições impostas pelos algoritmos da empresa, além da ausência de um sistema de apoio adequado.

      Diante disso, o anúncio feito pela Meituan em encontro com o presidente Lula, durante sua recente viagem à China, exige uma reflexão crítica. A empresa prometeu um investimento bilionário, mas, em vez de saudar cegamente a chegada de mais um gigante internacional, é preciso perguntar: sob quais condições esses empregos serão criados? Quais direitos terão os trabalhadores que vestirem o colete da Meituan no Brasil?

      Durante a visita oficial do presidente Lula à China, o fundador e CEO da Meituan, Wang Xing, reapareceu publicamente após anos afastado dos holofotes em razão das denúncias que envolvem sua empresa. A cerimônia de do acordo com o governo brasileiro, realizada em Pequim, contou com a presença de Lula e teve grande repercussão nas redes sociais chinesas por causa da imagem extremamente positiva do presidente brasileiro ao lado de Wang, que carrega uma imagem negativa e possui uma fortuna pessoal estimada em US$ 11,7 bilhões

      Diante do compromisso do governo Lula com a valorização do trabalho, é imprescindível que esse investimento estrangeiro seja recebido com critérios e com lupa. O Brasil deve exigir que toda empresa operando em seu território respeite os direitos trabalhistas, promova condições dignas de trabalho e não repita por aqui os abusos que vêm sendo amplamente documentados em outros países. Afinal, gerar emprego não pode ser sinônimo de exploração moderna.

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