Pablo Machado destaca estratégia da Suzano na China e celebra emissão histórica de panda bond verde
Presidente da empresa na Ásia ressalta localização, inovação tecnológica e o ao financiamento como chaves para expansão no maior mercado da companhia
247 - Em seu discurso no maior encontro empresarial já realizado entre Brasil e China, nesta segunda-feira (12), o presidente da Suzano para a Ásia, Pablo Machado, apresentou uma visão detalhada da atuação estratégica da empresa no país asiático, ressaltando o papel da inovação, da competitividade e do o ao mercado financeiro chinês como vetores do novo posicionamento da companhia brasileira.
Responsável por coordenar as operações de uma das maiores produtoras de celulose do mundo em seu principal mercado de exportação, Machado destacou que a China responde sozinha por mais de 5 milhões de toneladas exportadas em 2024, sendo o “mercado número um” da Suzano. E é justamente por isso que, segundo ele, “fazer negócios na China nos próximos 40 anos será muito diferente de como foi nas últimas quatro décadas”.
Localização como pilar estratégico - Pablo Machado explicou que o primeiro pilar da estratégia da Suzano para os próximos anos é a localização das operações. Isso inclui tanto a proximidade física com os clientes chineses quanto o envolvimento direto com seus processos de inovação.
“O país migrou para um padrão de alta qualidade. Precisamos acompanhá-los, investindo com e junto dos nossos clientes. A Suzano tem ampliado sua presença em centros de tecnologia e inovação (CTI), e a China oferece um dos ecossistemas mais vibrantes do mundo nessa área”, afirmou.
A disposição dos empresários chineses em testar novas soluções tecnológicas também foi destacada como um fator que acelera a adaptação da Suzano às demandas de um mercado cada vez mais exigente e competitivo.
Competitividade global a partir da China - O segundo pilar da estratégia da Suzano, segundo Machado, é o ganho de competitividade global a partir da atuação na China. Ele explicou que a empresa tem aproveitado o o ao maquinário, equipamentos e insumos produzidos no país para fortalecer suas operações em outras partes do mundo.
“Estar na China nos permite não só sermos mais competitivos no próprio mercado chinês, mas também aumentar nossa eficiência global. Aproveitamos o que há de melhor na base industrial chinesa e levamos para nossas operações ao redor do mundo”, disse.
Inovação financeira: o primeiro panda bond verde do Brasil - Um dos momentos mais emblemáticos do discurso foi a menção à emissão do primeiro panda bond verde por uma empresa brasileira. A Suzano foi pioneira ao captar 1,2 bilhão de renminbi (RMB) — cerca de R$ 850 milhões — com prazo de 3 anos e juros de apenas 2,8% ao ano.
“Se fizéssemos o swap para dólares, ainda seria cem vezes mais barato do que captar no mercado americano”, comparou Machado, evidenciando o potencial do mercado de capitais chinês para financiar iniciativas sustentáveis.
O executivo fez questão de agradecer publicamente ao Banco Central da China e à agência reguladora do mercado de capitais pela viabilização da operação, destacando que o sucesso da emissão só foi possível pela relação transparente e ativa com as autoridades locais.
Recomendação às empresas brasileiras - Encerrando sua participação, Pablo Machado fez um apelo às empresas brasileiras que pretendem atuar ou captar recursos na China: “É fundamental interagir com as autoridades regulatórias. O mercado chinês é promissor tanto para empresas que precisam de financiamento quanto para aquelas que querem investir no país”.
Brasil-China: uma parceria de alto valor agregado - A fala de Pablo Machado reforça uma tendência evidenciada em todo o evento: a transição da relação Brasil-China de uma parceria baseada em commodities para uma aliança pautada em inovação, tecnologia e sustentabilidade. No caso da Suzano, essa transformação já é uma realidade — com investimentos sólidos, emissão de títulos verdes e forte presença no ecossistema industrial e tecnológico chinês.
A empresa brasileira mostra como é possível conciliar ambição empresarial com responsabilidade ambiental e financeira, inspirando outras corporações a seguirem pelo mesmo caminho. A estratégia da Suzano, centrada em localização, inovação e finanças verdes, a coloca na vanguarda da nova era das relações econômicas sino-brasileiras.
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