Reforma do Imposto de Renda deveria ser aprovada pelo Congresso em 15 dias, diz Haddad
O ministro diz não entender as críticas à proposta que prevê a isenção de IR para quem recebe até R$ 5 mil
247 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a proposta de isenção do Imposto de Renda (IR) para quem recebe até R$ 5 mil mensais deveria ser aprovada "em 15 dias" pelo Congresso Nacional. A declaração foi feita em entrevista ao UOL e reforça a prioridade dada pelo governo à reformulação da tabela do IR, com foco em corrigir distorções e reduzir desigualdades.
“É a primeira vez que um governo muito progressista apresenta uma proposta para fazer o mínimo de justiça e tem gente reclamando. Essa proposta tinha que ser aprovada em 15 dias”, disse o ministro.
Segundo Haddad, cerca de 15 milhões de brasileiros seriam beneficiados pela isenção. A medida seria compensada pela taxação de aproximadamente 141 mil super ricos, que hoje, de acordo com o governo, pagam menos de 10% de imposto de renda. “São 15 milhões de um lado e 141 mil de outro”, enfatizou.
O ministro ainda criticou a falta de avanço em propostas similares durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele lembrou que Bolsonaro prometeu elevar a faixa de isenção para R$ 5 mil, mas não levou a medida adiante. “Ficou dois, três anos com o Marcos Cintra, como secretário da Receita, e o Guedes defendendo a volta da MF com outro nome. Um imposto digital, sobre pagamentos”, afirmou.
Haddad também defendeu os avanços já obtidos pela atual gestão na taxação de grandes fortunas, citando os chamados “fundos fechados” usados por famílias de alta renda. “Nós já conseguimos taxar os fundos fechados, que eram aqueles fundos familiares que ninguém botava a mão”, declarou.
O projeto prevê que a perda estimada de R$ 30 bilhões com a ampliação da faixa de isenção seja compensada com uma cobrança mais rigorosa sobre quem ganha mais de R$ 1 milhão por ano. Para o ministro, trata-se de uma medida de justiça tributária após décadas de defasagem na tabela do IR, que penalizou sobretudo os assalariados.
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