S&P 500 oscila com temor fiscal após Câmarados EUA aprovar novo corte de impostos de Trump

22 de maio (Reuters) - O S&P 500 enfrentou dificuldades para encontrar direção na quinta-feira, depois que a Câmara dos Representantes dos EUA aprovou o projeto de lei de impostos e gastos do presidente Donald Trump, que deve sobrecarregar o governo federal com trilhões de dólares em dívidas extras, por uma margem mínima.

Se o que Trump descreveu como um "projeto de lei grande e bonito" se tornar lei, espera-se que ele adicione cerca de US$ 3,8 trilhões à dívida de US$ 36,2 trilhões do país na próxima década, de acordo com o apartidário Congressional Budget Office.

O projeto de lei agora enfrenta um teste no Senado controlado pelos republicanos e cumprirá grande parte da agenda populista de Trump se aprovado, oferecendo novas isenções fiscais sobre gorjetas e financiamentos de automóveis e aumentando os gastos militares dos EUA.

"Parece bastante claro que, em sua forma atual, a legislação certamente não vai melhorar o déficit orçamentário e pode piorá-lo substancialmente", disse Steve Sosnick, analista-chefe de mercado da Interactive Brokers.

Os rendimentos dos títulos do Tesouro de longo prazo ficaram próximos das máximas de vários meses, com os do título de referência de 10 anos em 4,58% e o rendimento do título do Tesouro de 30 anos em uma nova máxima de 19 meses.

Às 11h46 (horário do leste dos EUA), o índice Dow Jones Industrial Average (.DJI), subiu 52,01 pontos, ou 0,12%, para 41.912,45, o S&P 500 (.SPX), ganhou 8,17 pontos, ou 0,14%, para 5.852,78, e o Nasdaq Composite (.IXIC), adicionou 120,56 pontos, ou 0,64%, para 18.993,21.

Oito dos 11 subsetores do S&P foram negociados em baixa, com serviços públicos (.SPLRCU), e energia (.SPNY), entre os que mais caíram, com queda de mais de 2% e 1%, respectivamente.

A maioria das ações de megacap e de crescimento subiram ligeiramente. Alphabet (GOOGL.O), liderou os ganhos com um aumento de 3,3%, atingindo uma alta de quase três meses.

Ações de empresas de energia solar, incluindo First Solar (FSLR.O), caiu mais de 6%, já que se espera que o projeto de lei tributária de Trump encerre uma série de subsídios à energia verde.

Floco de neve (SNOW.N), saltou mais de 12% depois que a empresa de computação em nuvem aumentou sua previsão de receita de produtos para o ano fiscal de 2026 .

Todos os três principais índices de ações testemunharam suas maiores quedas percentuais diárias em um mês na quarta-feira, com os rendimentos dos títulos do Tesouro disparando devido às preocupações com o aumento da dívida dos EUA.

As ações dos EUA tiveram um mês sólido até agora, com o S&P 500 subindo mais de 15% em relação às mínimas de abril, quando as tarifas recíprocas de Trump agitaram os mercados globais.

Uma pausa nas tarifas, uma trégua comercial temporária entre EUA e China e dados de inflação moderados impulsionaram as ações para cima, embora o S&P 500 ainda esteja cerca de 3% abaixo das máximas históricas.

O governador do Fed, Christopher Waller, disse em uma entrevista à Fox Business que cortes nas taxas de juros do banco central estariam na pauta se a agenda tarifária do governo Trump se estabilizasse no limite inferior da balança.

Em termos de dados, a atividade empresarial dos EUA aumentou em maio, enquanto dados separados mostraram que os pedidos de auxílio-desemprego caíram na semana ada, sugerindo que a economia manteve um ritmo constante de crescimento do emprego.

Os comerciantes atualmente veem pelo menos dois cortes de juros de 25 pontos-base até o final do ano, de acordo com dados compilados pelo LSEG.

As emissões em declínio superaram as emissões em alta em uma proporção de 1,95 para 1 na NYSE e em uma proporção de 1,05 para 1 na Nasdaq.

O S&P 500 registrou uma nova máxima de 52 semanas e nove novas mínimas, enquanto o Nasdaq Composite registrou 34 novas máximas e 83 novas mínimas.