Tarifaço de Trump afeta confiança do consumidor e derruba vendas globais do McDonald’s
Vendas caem em meio à retração do consumo por parte de clientes com orçamento apertado nos principais mercados da companhia
Reuters - As vendas globais comparáveis do McDonald’s caíram inesperadamente no primeiro trimestre, informou a empresa nesta quinta-feira (1º), em meio à retração do consumo por parte de clientes com orçamento apertado nos principais mercados da companhia, afetados pela incerteza gerada pelo caos tarifário.
Segundo o CEO Chris Kempczinski, a rede está enfrentando as “condições de mercado mais difíceis”, após registrar uma queda de 1% nas vendas globais comparáveis — enquanto analistas estimavam, em média, um aumento de 0,95%.
Os resultados da gigante do hambúrguer refletem alertas recentes de outras redes de alimentação, como Domino’s Pizza, Chipotle Mexican Grill e Starbucks, de que os norte-americanos estão reduzindo os gastos com refeições fora de casa.
“Consumidores com menor poder aquisitivo são os mais vulneráveis ao impacto da inflação e do aumento dos preços, e uma das primeiras áreas onde eles cortam gastos é nas refeições fora de casa”, afirmou Sky Canaves, analista do EMarketer.
As ações do McDonald’s recuaram cerca de 1% nas negociações prévias à abertura do mercado. No acumulado do ano, os papéis da companhia apresentam alta de aproximadamente 10%.
A política errática de tarifas do governo do presidente Donald Trump ampliou as pressões financeiras sobre os consumidores de baixa renda nos Estados Unidos e na Europa, além de ter desorganizado o setor empresarial, ameaçando elevar os custos e provocar rupturas nas cadeias de suprimentos.
A economia norte-americana, por sua vez, também mostra sinais de fraqueza, tendo encolhido no primeiro trimestre — a primeira contração em três anos — o que aumenta as chances de uma recessão em 2025.
Na tentativa de impulsionar a demanda, o McDonald’s tem reforçado ofertas em seu cardápio de valor, como o combo promocional de US$ 5 e outras promoções temporárias com hambúrgueres e batatas fritas, numa estratégia semelhante à dos concorrentes.
Ainda assim, as vendas comparáveis nos Estados Unidos — maior mercado da rede — despencaram 3,6% no primeiro trimestre, muito além da queda de 0,5% estimada por analistas, conforme dados da LSEG. Trata-se da maior retração desde o auge da pandemia em 2020.
Por outro lado, o segmento de operação em parceria com franqueados locais teve destaque positivo, com crescimento de 3,5% em relação ao ano ado, impulsionado pela recuperação das vendas no Oriente Médio e no Japão.
A queda na demanda no Oriente Médio começou a dar sinais de reversão após os boicotes informais do ano ado a redes ocidentais de fast-food, motivados pela percepção de apoio a Israel no conflito em Gaza.
Excluindo itens extraordinários, o McDonald’s registrou lucro de US$ 2,67 por ação, ligeiramente acima da estimativa de US$ 2,66.
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