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      Brasileiros criam exame genético animal na busca por longevidade

      PetGenoma realiza todas as etapas com tecnologia e maquinário próprio dentro da USP, um dos centros de pesquisa mais respeitados do Brasil

      (Foto: Pinnu/Pixabay)
      Aquiles Lins avatar
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      Beatriz Bevilaqua, 247 - A genética é uma poderosa ferramenta para antecipar condições de saúde, e essa capacidade se estende também aos animais. Nesse contexto,a Petgenoma se destaca como uma empresa pioneira, oferecendo testes genéticos para pets com foco em medicina preventiva. O serviço não apenas antecipa predisposições genéticas, como contribui com o planejamento veterinário individualizado, promovendo mais qualidade de vida e longevidade aos animais.

      Embora o sequenciamento completo de DNA ainda seja uma tecnologia cara, a empresa utiliza metodologias que permitem observar marcadores específicos para condições pré-estabelecidas, oferecendo assim uma alternativa mais ível ao consumidor.  “Não mapeamos o DNA inteiro daquele cachorro. Identificamos o que queremos. Com isso, conseguimos entregar um produto muito mais ível”, explica Eduardo Lemos, fundador da Petgenoma.

      O serviço, que parte de R$590 e pode ser parcelado, já está ao alcance da classe média brasileira. O objetivo, no entanto, é ir além. “Nosso desejo é que, com escala, consigamos ao menos desacompanhar a inflação e manter os preços estáveis, tornando o serviço cada vez mais viável para camadas mais amplas da população”, enfatizou Eduardo.

      Ao contrário de outras empresas do setor que terceirizam etapas importantes do processo (frequentemente para laboratórios nos Estados Unidos, Europa e Índia), a Petgenoma faz tudo com equipamento próprio. E esse é um dos seus maiores orgulhos. “Temos a maior base de dados de cães do país e a única com um laboratório sério de genotipagem que realiza todo o processo da extração do DNA, à amplificação, ao sequenciamento e à análise”, disse.

      No centro dessa operação está uma máquina avaliada em quase 2 milhões de reais, uma das 15 existentes na América Latina e 11 no Brasil. A empresa é também a única da região com uma pipeline própria: o algoritmo matemático exclusivo que interpreta os dados genéticos brutos. “É como se nós mesmos tivéssemos construído o cérebro que entende os dados que a máquina gera. Isso garante precisão e domínio total sobre o processo”.

      Base genética brasileira: um o essencial para a precisão

      Fundada por uma equipe altamente especializada – formada por Fabiana de Andrade (geneticista chefe, com doutorado e pós-doutorado em genética canina pela UFRGS), Douglas Maia (CTO e especialista em engenharia de software pela USP), Paula Rohr (doutora em genética pela UFRGS) e Darilene Tyska (zootecnóloga com doutorado em melhoramento genético animal pela UFRGS) – a jovem empresa tem a responsabilidade científica e ética de trazer ciência a cada etapa.

      Um pilar essencial mencionado pelos especialistas foi a construção de uma base genética nacional. Antes mesmo de lançar seu serviço, a empresa mapeou mais de mil cães brasileiros, criando um banco de dados específico que leva em conta as particularidades genéticas da população canina local. “Na genética, a genealogia importa. Usar dados genéticos norte-americanos, por exemplo, poderia enviesar os resultados. Por isso, criamos nossa própria base”, explicou Eduardo.

      Com os gatos, o cuidado foi o mesmo. Desde outubro do ano ado, a equipe visitou criadores sérios, recolheu amostras de DNA de diversas raças e também de vira-latas para garantir uma base sólida antes do lançamento do produto felino, previsto para julho. “Mesmo com toda a expertise já acumulada com cães, levará quase nove meses para termos uma base felina robusta. Isso mostra o nosso compromisso com a qualidade e a responsabilidade científica.”

      Incubadora de inovação e conexão com o saber público

      O laboratório da Petgenoma está instalado em uma incubadora de empresas dentro da USP (Universidade de São Paulo), conquistada por meio de um rigoroso edital. “Você apresenta seu projeto, as bases científicas e tecnológicas, e é avaliado por uma banca que decide se você tem direito de ocupar aquele espaço”, explica o fundador. O local oferece uma estrutura de alta qualidade a custos muito abaixo do mercado - cerca de sete vezes menos do que se fosse um escritório do mesmo tamanho na Avenida Paulista.

      A empresa busca a conexão com o meio universitário e a possibilidade de gerar conhecimento em diálogo com a pesquisa pública. “Ainda que não tenhamos tido investimento direto da universidade, estar nesse ecossistema nos dá uma facilidade que não teríamos em outro lugar. E isso reforça nosso objetivo de não apenas vender um produto, mas produzir ciência relevante”, afirmou Eduardo.

      Em um momento em que o discurso neoliberal exalta o empreendedorismo individual como solução para todos os problemas, ele oferece uma leitura crítica: “Hoje vivemos uma falácia de que basta se individualizar para vencer. Mas isso nos fez perder a capacidade de agir coletivamente. Empreender, também, é educar quem está com você. É cobrar coletivamente. É criar estruturas que se sustentam no longo prazo.”

      A Petgenoma se posiciona como muito mais do que uma empresa de biotecnologia. Representa um projeto baseado em ciência, educação, o e responsabilidade. “Quem diz que não gosta de política ainda não entendeu como a vida funciona. Política é o que define o preço da minha máquina, o custo do meu produto e o salário que eu posso pagar. E é só com educação que a gente consegue mudar esse ciclo”, concluiu Eduardo. Assista a entrevista na íntegra aqui: 

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