Jovens brasileiros priorizam autonomia financeira e veem no ensino técnico caminho para empreender rápido

247 - Nos últimos anos, o perfil dos jovens brasileiros no mercado de trabalho tem mudado de forma expressiva. A estabilidade das carreiras tradicionais já não exerce o mesmo apelo sobre a chamada geração Z, que prefere investir em autonomia financeira e realização pessoal com mais rapidez. Dados de uma pesquisa conduzida pelo Centro de Estudos Sociedade, Universidade e Ciência (Sou_Ciência), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em parceria com o Instituto de Pesquisa IDEIA, revelam que 30% dos jovens entre 18 e 27 anos desejam abrir o próprio negócio — tornando o empreendedorismo a principal aspiração profissional desse grupo.

Esse novo comportamento tem refletido diretamente na procura por cursos de formação técnica e profissional. De acordo com Eleandro da Costa, CEO e sócio da rede de ensino Jumper! Profissões e Idiomas, a demanda por esse tipo de qualificação vem crescendo de forma acelerada. “Somente no primeiro trimestre de 2025 tivemos um aumento de 20% na busca de cursos profissionalizantes, comparado a 2024”, afirma o executivo. Segundo ele, a preferência por cursos de curta duração está relacionada à urgência dos jovens em ingressar no mercado de trabalho ou iniciar um empreendimento próprio. “Essa agilidade permite que os jovens adquiram habilidades práticas, capacitando-os a começar a trabalhar ou empreender em pouco tempo.”

A proposta de cursos profissionalizantes mais rápidos — que podem ser concluídos entre um e dois anos — se torna atrativa quando comparada ao tempo médio de quatro a cinco anos exigido por um curso superior tradicional. Segundo Costa, a praticidade e a aplicabilidade imediata dos conteúdos oferecidos contribuem para o destaque dessa modalidade de ensino. “A qualificação técnica tem ganhado destaque como uma alternativa eficiente para quem deseja entrar rapidamente no mercado de trabalho ou abrir seu próprio negócio.”

Outro fator determinante na escolha por esse tipo de formação é a capacidade de adaptação dos cursos às demandas do mercado. “O ensino está intimamente ligado às necessidades do mercado de trabalho. Atualmente, a transformação digital e sustentável está em alta, e cursos voltados para essas áreas ganham maior destaque e geram grande procura”, explica Costa. Para o CEO da Jumper!, estar alinhado às tendências de inovação e sustentabilidade amplia as chances de empregabilidade e abre espaço para novos negócios.

Nesse contexto, o ensino técnico deixa de ser apenas um caminho alternativo e a a representar uma estratégia central para uma geração que busca não apenas sobreviver, mas prosperar com autonomia. Os cursos profissionalizantes respondem a esse novo desejo social ao oferecer uma formação ágil, ível e voltada para a prática — características fundamentais para quem deseja empreender com rapidez e segurança.