“Elon Musk enfrenta um país onde a Suprema Corte faz valer as leis”, afirma analista político
James Onnig avalia embate entre Brasil e EUA e destaca resistência do STF contra pressões externas
247 - Em entrevista ao programa Boa Noite 247, o analista político James Onnig comentou a ofensiva norte-americana contra o Supremo Tribunal Federal (STF), a posição do governo brasileiro e os desdobramentos políticos da disputa envolvendo o bilionário Elon Musk. Onnig ressaltou que as instituições brasileiras estão preparadas para resistir a interferências externas e destacou a postura firme do ministro Alexandre de Moraes.
"O próprio Elon Musk sabe muito bem que está enfrentando um país onde a Corte Suprema faz valer as leis. Isso foi basicamente o ponto inicial dessa transformação. Aqui, principalmente os ministros do Supremo, na figura do Alexandre de Moraes, não vão voltar atrás nas decisões que estão pertinentes e coerentes com a Constituição de 1988", afirmou Onnig.
O embate ocorre em um contexto de crescente pressão de setores da extrema direita nos Estados Unidos contra o Judiciário brasileiro. Na quinta-feira (27), durante sessão plenária, o ministro Alexandre de Moraes reforçou a soberania do Brasil, lembrando que o país deixou de ser colônia em 1822 e que a independência do Poder Judiciário é um pilar fundamental da democracia. Sem citar diretamente os EUA, ele mencionou a importância da autodeterminação dos povos e a construção da ONU contra o nazismo.
"Reafirmo nosso juramento integral de defesa da Constituição brasileira e pela soberania do Brasil, pela independência do Poder Judiciário e pela cidadania de todos os brasileiros e brasileiras, pois deixamos de ser colônia em 7 de setembro de 1822 e, com coragem, estamos construindo uma República independente e cada vez melhor", declarou Moraes.
A declaração veio após o governo dos Estados Unidos, por meio do Bureau de Assuntos para o Hemisfério Ocidental, órgão vinculado ao Departamento de Estado, classificar como "censura" as multas aplicadas pelo ministro contra plataformas digitais que descumpriram ordens judiciais. Além disso, parlamentares republicanos articulam um projeto de lei que prevê sanções contra Moraes e a proibição de sua entrada no país.
Em resposta, o Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota rechaçando qualquer tentativa de ingerência e distorção sobre as decisões da Justiça brasileira. "A manifestação do Departamento de Estado distorce o sentido das decisões do Supremo Tribunal Federal", diz o comunicado, acrescentando que o Brasil não permitirá interferências externas.
O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, também se pronunciou, referindo-se à tentativa de golpe de Estado no Brasil em 2022 e à narrativa construída pelos envolvidos. "Nós bem sabemos o que tivemos que ar para evitar o colapso das instituições e um golpe de Estado aqui no Brasil. A tentativa de fazer prevalecer a narrativa dos que apoiaram o golpe fracassado não haverá de prevalecer entre as pessoas verdadeiramente de bem e democratas", afirmou Barroso.
James Onnig analisou essa ofensiva como uma troca de interesses entre a extrema direita brasileira e a norte-americana. "Foi uma troca de favores entre a extrema direita brasileira e a extrema direita americana. Só foi isso. Tá pago. Próximo assunto, porque eles não têm tempo de ficar jogando com isso", concluiu.
A entrevista reforça a percepção de que, apesar das pressões externas e da movimentação de grupos políticos alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro nos Estados Unidos, as instituições brasileiras continuam atuando para garantir a defesa da ordem constitucional e da soberania nacional. Assista:
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