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      “Lula protagonizou os maiores avanços da educação com a expansão das universidades e dos institutos federais”

      Para Daniel Cara, conquistas históricas dos governos do PT estão ameaçadas por cortes orçamentários e influência do mercado financeiro

      (Foto: Divulgação )
      Dafne Ashton avatar
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      247- Durante entrevista ao programa Boa Noite 247, o educador e professor da Faculdade de Educação da USP, Daniel Cara, fez um alerta contundente sobre os rumos da política educacional no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo ele, a atual gestão não está conseguindo cumprir as promessas feitas na campanha no que diz respeito à educação pública, principalmente no ensino superior, por conta do contingenciamento orçamentário e da influência de fundações empresariais ligadas ao setor financeiro.

      “A gente precisa ter uma compreensão muito clara disso: o governo Lula, ele não tá conseguindo na educação cumprir o programa pelo qual ele foi eleito”, afirmou o professor. Cara critica os sucessivos cortes no orçamento destinados à manutenção das universidades federais e institutos federais de educação, o que inviabiliza tanto a expansão quanto o funcionamento regular dessas instituições. “Esses cortes eles praticamente aniquilam as universidades federais que deveriam estar em momento de expansão”, declarou.

      De acordo com o educador, mesmo após cinco mandatos petistas na Presidência da República, o país ainda não conseguiu estruturar um sistema estável de financiamento para o ensino superior. Ele observa que, ao contrário do que ocorreu nas gestões anteriores, o novo Plano Nacional de Educação apresentado pelo governo deixa de fora a educação superior. “O Plano Nacional de Educação só financia a educação básica hoje, o texto do governo, ou seja, a educação superior tá de fora. Então é outro recado muito grave na prática.”

      Daniel Cara também fez duras críticas ao papel do mercado financeiro e de suas fundações privadas, como o Todos pela Educação, a Fundação Lemann e o Instituto Unibanco, na definição das políticas públicas do setor. Para ele, essas organizações atuam para impedir a ampliação dos investimentos públicos na área. “A operação principal é evitar a expansão do financiamento em educação. Tem mais a ver com o corte do que com a gestão das políticas do MEC”, disse.

      Ele observa que o objetivo dessas entidades é garantir que o orçamento público seja mantido sob o controle da elite econômica. “O orçamento público pertence à elite econômica e ela considera que não pode expandir o orçamento em educação. Então, qual que é a tendência dela? Reduzir o investimento e determinar como ele deve ser gerido para que não se expanda.”

      Cara também apontou que há uma tentativa deliberada de precarizar a gestão educacional como forma de evitar pressões por maior investimento público. Essa estratégia, segundo ele, inclui medidas como a militarização das escolas, a imposição de plataformas digitais de ensino e a substituição de diretores escolares por interventores ligados à lógica empresarial, como ocorreu recentemente na rede municipal de ensino de São Paulo. “Eles estão fazendo uma gestão que é anti educativa”, criticou.

      Ao comentar o caso da remoção de diretores escolares em São Paulo, o professor afirmou que se trata de perseguição política contra educadores engajados com suas comunidades. “Vai tirar o Carlos porque o Carlos é um cara que luta pelo financiamento da educação”, exemplificou, citando o caso de um diretor aclamado por estudantes e profissionais da escola em que atuava, mas que foi afastado pela gestão municipal.

      Na avaliação de Cara, essa conjuntura se articula com a tentativa de esvaziamento político da educação pública, favorecendo modelos que atendem aos interesses do capital financeiro. “A cidade de São Paulo, o estado de São Paulo hoje são uma fábrica dessas ideologias neoliberais”, afirmou. Ele destacou que a elite econômica brasileira, que se opõe historicamente a políticas estruturantes de educação, é a mesma que hoje interfere diretamente nas diretrizes adotadas por governos, inclusive os considerados progressistas.

      O professor alertou ainda para a possibilidade de essa política educacional contribuir para uma derrota do campo democrático em 2026. “O Lula é a maior liderança popular da história do Brasil, mas ele pode não ser maior do que os erros que o governo tem cometido nessa pasta”, advertiu. Para ele, o governo precisa urgentemente corrigir sua rota, sob o risco de comprometer seu projeto político e o futuro do país. “Governo que não faz política perde a política. E se perder a política, perde a capacidade de disputar a direção do Estado, ou seja, de ser governo.” Assista: 

       

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