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      "O movimento estudantil não é mais o mesmo", diz Gulnar Azevedo, reitora da UERJ

      "Nunca imaginei que um dia teria que pedir a reintegração de posse com a tropa de choque, mas não havia saída"

      Gulnar Azevedo, reitora da UERJ (Foto: Reprodução Youtube)

      247 – A reitora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Gulnar Azevedo, concedeu uma entrevista à jornalista Hildegard Angel, da TV 247, discutindo os recentes episódios de ocupação de prédios da universidade e a situação crítica que envolve o movimento estudantil. Gulnar lamentou o distanciamento das lutas tradicionais e a radicalização de grupos que, segundo ela, estão mais interessados em visibilidade do que em promover causas coletivas. “O movimento estudantil não é mais o mesmo. Hoje, o foco parece ser aparecer, não a causa", disse a reitora, em tom de desabafo.

      Azevedo explicou que as ocupações tiveram início após a universidade enfrentar dificuldades financeiras, que levaram ao corte de bolsas emergenciais concedidas durante a pandemia. "Chegamos a julho e percebemos que não havia mais recursos para manter as bolsas até o final do ano", afirmou. A reitora também destacou que, apesar dos esforços para dialogar e encontrar soluções pacíficas, os manifestantes responderam com violência e truculência. “Fizeram uso de armas brancas, estilingues e pedras. Invadiram a reitoria e destruíram equipamentos", lamentou.

      Além da crise interna, a UERJ enfrenta graves problemas financeiros. Azevedo explicou que, em 2023, o orçamento da universidade foi reduzido em dois terços em relação ao ano anterior, colocando a instituição em uma situação crítica. “A UERJ sempre foi subfinanciada, mas este ano a situação se agravou. Tivemos que cortar 20% dos contratos de serviços como limpeza e segurança, o que impacta diretamente o funcionamento da universidade”, disse.

      Apesar dos cortes, Azevedo reconheceu que houve diálogo com o governo estadual, liderado por Cláudio Castro, que teria acolhido as demandas da universidade institucionalmente. No entanto, ela frisou que os recursos eram insuficientes para garantir a continuidade de bolsas emergenciais, o que gerou revolta entre os estudantes. "Revogamos o ato executivo que suspendia as bolsas, oferecendo uma solução alternativa, mas, ainda assim, a ocupação continuou", relatou.

      Reintegração de posse e o peso da decisão

      Uma das agens mais sensíveis da entrevista foi quando Gulnar abordou a decisão de solicitar a reintegração de posse dos prédios ocupados, após duas tentativas frustradas de negociação. “Nunca imaginei que um dia teria que pedir a reintegração de posse com a tropa de choque, mas não havia saída", confessou a reitora. Ela explicou que, diante da violência e dos danos ao patrimônio, a decisão foi inevitável. “Estávamos lidando com um risco muito grande, tanto para os estudantes que estavam fora, quanto para aqueles que insistiam em permanecer”, afirmou.

      Gulnar destacou que o processo de reintegração foi realizado de forma cuidadosa e que a maioria dos estudantes já havia deixado os prédios no momento da ação policial. Três pessoas foram detidas, incluindo dois estudantes e um jornalista que resistiram até o último momento. "Fizemos tudo dentro da legalidade, mas é uma tristeza ver a universidade chegar a esse ponto", disse Azevedo, visivelmente abalada.

      Esperança e o futuro da UERJ

      Apesar dos desafios, Gulnar Azevedo manteve um tom de esperança quanto ao futuro da universidade. Ela enfatizou a importância de reconstruir a cultura de paz no campus e de promover o diálogo entre a istração e os estudantes. “A porta está aberta para todos. Precisamos entender o que levou a esses extremos e como podemos evitar que isso se repita", declarou.

      A reitora também revelou que a UERJ já está trabalhando em projetos para expandir áreas estratégicas e fortalecer a infraestrutura acadêmica, com o apoio de instituições como o BNDES. Entre as iniciativas, estão a criação de novos cursos, como Ciências Ambientais, e parcerias para desenvolver o complexo industrial da saúde. “A universidade tem que dialogar com o mundo de hoje. Precisamos formar profissionais que contribuam com o desenvolvimento do país e garantir que eles tenham espaço no mercado de trabalho”, finalizou. Assista:

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