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      Petrobras planeja longo prazo com foco na transição energética, defesa do pré-sal e Margem Equatorial, diz Magda Chambriard

      Presidenta da estatal destaca investimentos estratégicos, política de preços justa e compromisso ambiental em entrevista exclusiva a Hildegard Angel

      Magda Chambriard concede entrevista a Hildegard Angel (Foto: Camilla Shaw / TV 247)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 – Em entrevista concedida à jornalista Hildegard Angel, da TV 247, a presidenta da Petrobras, Magda Chambriard, revelou os principais pilares da atual gestão da estatal: retomada do planejamento de longo prazo, defesa da soberania energética, investimento em fontes renováveis e valorização do capital humano. Magda também abordou temas sensíveis como a exploração na Margem Equatorial, a política de preços dos combustíveis e os dividendos pagos aos acionistas.

      A presidenta compartilhou ainda bastidores de sua nomeação, revelando que o presidente Lula a escolheu por reconhecer seu perfil técnico e sua experiência acumulada em décadas na estatal e na Agência Nacional do Petróleo (ANP). “Ele me disse: você não disse que gostava de mandar? Então vai lá e se diverte”, contou, em tom descontraído.

      Política de preços e combate à injustiça na bomba

      Magda criticou a antiga política de paridade de importação (PPI) e destacou que a Petrobras vem praticando preços justos para a sociedade. “Hoje, os preços da gasolina, do diesel, do gás de cozinha e do querosene de aviação estão mais baratos do que estavam em 2022”, afirmou. Ela explicou que a estatal considera os custos reais de produção, sem rear ao consumidor final os custos inexistentes das importações. “Não é justo que a gente onere todo o diesel com um custo que só existe em 25% do produto”, disse.

      A presidenta também destacou que a Petrobras perdeu a capacidade de controlar os preços no varejo após a privatização da BR Distribuidora. “Vendemos uma parte da empresa que hoje é a quinta maior do Brasil. Foi um erro estratégico grave”, avaliou.

      Transição energética com pragmatismo

      Sobre o futuro energético, Magda reforçou que a transição para fontes renováveis é uma prioridade, mas não pode ignorar a realidade do petróleo como fonte de receita e energia. “Vamos fazer dinheiro com petróleo, gás, floresta, captura de carbono e energias renováveis”, afirmou. Ela projetou que, até 2050, a Petrobras manterá cerca de 31% da matriz energética nacional, com pelo menos 8% em fontes renováveis.

      Segundo ela, a estatal precisa crescer na mesma proporção do país: “Se o Brasil crescer 55% até 2050, a Petrobras precisa crescer também — ou perderá relevância”. Ela ainda destacou o protagonismo da empresa: “Hoje, a Petrobras fornece 31% da energia primária consumida no Brasil”.

      A urgência da Margem Equatorial

      A exploração da Margem Equatorial foi defendida com firmeza por Magda, que classificou como "um infortúnio" a confusão causada pelo nome "Foz do Amazonas", que leva a crer que a exploração ocorrerá em área ambientalmente sensível. “Queremos operar a 540 quilômetros da costa, longe da foz do rio e da área costeira”, explicou. Segundo ela, o plano de emergência da Petrobras para a região “não tem precedente em águas profundas no mundo”.

      Ela também rejeitou a ideia de que os riscos ambientais são ignorados. “Temos 17 centros de defesa ambiental, fazemos investimentos massivos em monitoramento, prevenção e recuperação. A Petrobras é quem mais investe em meio ambiente no Brasil”, disse. Magda lembrou ainda que, mesmo sem nunca ter tido um grande vazamento, a empresa atua preventivamente, e que não aceitar a exploração significa “perder chances” econômicas, sociais e tecnológicas.

      Pré-sal, fertilizantes e etanol: reconstrução estratégica

      A presidenta detalhou a retomada de áreas abandonadas ou vendidas em gestões anteriores, como fertilizantes e etanol, fundamentais para ampliar o uso do gás natural e diversificar a matriz energética. “O gás que vem junto com o petróleo pode gerar lucro, expandir mercado e reduzir nossa dependência externa de fertilizantes”, afirmou. Ela reforçou que o etanol é estratégico, especialmente com a frota flex brasileira.

      Sobre o pré-sal, Magda refutou a ideia de esgotamento próximo. “Em 2030 ou 2032 teremos um pico de produção, mas a partir daí não é que acaba, é que começa a declinar. Precisamos repor reservas”, explicou.

      Investimentos e resgate da indústria naval

      A nova fase da Petrobras também prevê a retomada de encomendas à indústria naval nacional. Magda anunciou que a estatal construirá 48 barcos de apoio até 2026, com conteúdo local, gerando empregos e fortalecendo a cadeia produtiva. “O Brasil sabe construir. Já fizemos mais de 250 barcos de apoio nos anos 2000. Vamos fazer de novo”, afirmou.

      Ela também confirmou o retorno gradual da sede da Petrobras (Edise), no centro do Rio de Janeiro, como símbolo do resgate da empresa e da valorização de sua história.

      Diversidade, inclusão e orgulho de ser Magda

      A presidenta encerrou a entrevista destacando o compromisso da Petrobras com diversidade de gênero, raça e orientação sexual: “Rejeição não pode ser pedrinha no nosso sapato. Isso aqui é valor Petrobras”, declarou.

      Sobre como gostaria de ser chamada, Magda foi clara: “Sou Magda. Comecei como Magda e continuo Magda”. Ao se referir ao amor pela companhia, finalizou: “Tenho a Petrobras no sangue. Meu sangue é preto feito óleo”. Assista:

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