“Quem é de esquerda e se coloca contra a Rússia na prática está se aliando ao imperialismo”, diz Rui Costa Pimenta
Presidente do PCO avalia cenário internacional e destaca papel dos Estados Unidos e da Europa na guerra na Ucrânia
247 - Em entrevista à TV 247, o presidente do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, analisou o contexto internacional e a guerra na Ucrânia. Durante a conversa, ele destacou que o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky perdeu o apoio dos Estados Unidos e que a Europa, mesmo reagindo com intensidade, enfrentará uma crise no futuro.
“Zelensky está liquidado, agora que perdeu o apoio dos Estados Unidos”, afirmou. Para ele, a Europa tentará resistir, mas sem alternativas concretas. “A Europa vai gritar, espernear e isso vai gerar muita crise lá na frente”.
Pimenta criticou setores da esquerda que se posicionam contra a Rússia no conflito. “Quem é de esquerda e se coloca contra a Rússia na prática está se aliando ao imperialismo”, afirmou. “Não faz sentido”, completou.
Na entrevista, ele defendeu que a disputa atual se dá entre o imperialismo e setores da burguesia que se contrapõem a esse poder global. “Trump e Putin estão jogando no terreno da criação de uma nova ordem internacional”, analisou. “O que temos hoje é uma luta entre o imperialismo e setores da burguesia que se colocam contra esse imperialismo”.
O presidente do PCO afirmou que, em conflitos envolvendo potências ocidentais, a posição deve ser clara. “Em qualquer guerra do imperialismo, temos que nos colocar contra o imperialismo”, defendeu. Segundo ele, Donald Trump se posiciona contra as guerras porque representa “uma burguesia estadunidense oprimida pelo imperialismo”.
Pimenta também apontou para a postura da França no cenário atual. “A França, com Macron, agora tenta encabeçar o bloco imperialista”, disse.
Sobre o Brasil, ele alertou para os riscos de um alinhamento automático ao Ocidente e afirmou que o presidente Lula precisa avaliar melhor suas alianças internacionais. “Lula não deve se alinhar com o imperialismo, mas está refém dessa leitura ‘democracia versus fascismo’”, afirmou. Para ele, essa dicotomia não reflete a realidade global e pode limitar a ação do governo brasileiro.
Na análise do dirigente, o modelo democrático ocidental está perdendo força. “Os Estados Unidos caminham para abrir mão da democracia”, disse. Segundo ele, o regime autocrático que pode emergir não será liderado pelos setores considerados de extrema direita. “E não são os atuais vilões da democracia que vão abraçar um regime autocrático”, acrescentou.
Por fim, ele avaliou que as transformações políticas nos países centrais indicam um esgotamento do modelo vigente. “O processo do regime democrático está se esgotando”, afirmou. “Trump está tentando conquistar a opinião pública interna dos Estados Unidos contra a máquina de guerra”, completou.
Para ele, o discurso contra o fascismo tem sido utilizado de forma ampla para justificar políticas intervencionistas. “A nova onda do imperialismo é o antifascismo”, concluiu. Assista:
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