“Quero exercer minha profissão de ator e, por meio dela, contribuir para formar um cidadão consciente”, diz Osmar Prado
Ator relembra momentos marcantes de sua trajetória e destaca sua posição política ao longo da história recente do Brasil
247 - O ator Osmar Prado concedeu entrevista ao programa Barato da Idade, da TV 247, e falou sobre sua carreira, sua consciência política e sua participação em momentos decisivos da história recente do Brasil. Durante a conversa, Prado relembrou situações em que se posicionou politicamente, mesmo enfrentando vaias e críticas, e reafirmou sua crença no papel da arte na formação de uma sociedade consciente.
“Eu quero exercer a minha profissão de ator e fazer dela um cidadão que tem consciência da sua história, da história do seu país”, afirmou Prado. Ele também destacou sua presença em momentos históricos, como a prisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o processo de golpe contra Dilma Rousseff. “Quem é que estava ao lado do Lula quando ele foi preso? Pegamos um avião, Vânia e eu, e fomos para São Bernardo do Campo. Pagamos a nossa agem e chegamos lá. Quando o Lula soube que eu estava lá, ele mandou eu subir no carro de som”, relatou.
O ator também lembrou de sua participação no Palácio do Planalto em eventos culturais e de seu relacionamento com figuras políticas importantes. Ele contou sobre um jantar ao lado de Lula e da ex-primeira-dama Marisa Letícia após a exibição do filme Desmundo. “Depois da exibição do filme, fomos jantar com o presidente. Sentamos ao lado da Dona Marisa. Depois, ele ficou conversando comigo e com a Vânia por um tempo, enquanto o pessoal esperava na van”, disse.
Durante a entrevista, Prado fez críticas às tentativas de cooptação por parte de setores da classe artística e política em diferentes momentos da história. “Teve gente que tentou me cooptar, eu botei para correr. Todo mundo sabia o meu pensamento”, afirmou.
Osmar Prado também destacou a importância do engajamento do artista na realidade de seu tempo. “Eu acho que o ator tem que estar antenado com seu tempo e ligado no sistema que abraça a arte, não que censura”, disse. Ele relembrou momentos de censura vividos na década de 1970, como a proibição de falas da equipe da série A Grande Família no Teatro Carlos Gomes. “O Flávio Rangel dirigia e disse: ‘Vocês vão entrar no palco, se posicionar ao microfone, tirar o papelzinho e ficar em silêncio’. Quando o público percebeu que não podíamos ler o que estava escrito, começou um zunzum na plateia dizendo ‘abaixo a ditadura, abaixo a censura’”, recordou.
Afirmando que sempre se posicionou fiel às suas convicções, Prado contou que enfrentou resistência em alguns trabalhos na televisão. “Uma vez uma diretora disse para mim: 'Aqui você chora'. Eu respondi: 'Não, aqui eu vou engolir o choro. É muito mais forte do que chorar'”, revelou.
Por fim, Osmar Prado reforçou sua visão sobre o papel da cultura na sociedade e a importância de um povo com o à educação. “O povo com consciência prolifera tudo, inclusive a saúde. Agora, quem trabalha para manter bolsões de pessoas na ignorância não é boa coisa”, concluiu. Assista:
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