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      “Temos um outro Brasil dentro da América do Sul e precisamos de mais integração”, diz Simone Tebet

      Ministra Simone Tebet defende rotas de comércio com países vizinhos e diz que Brasil não pode ignorar oportunidades regionais de crescimento

      (Foto: ABR)
      Dafne Ashton avatar
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      247 - Durante entrevista ao programa Bom Dia 247, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, destacou a urgência de uma maior integração comercial e logística entre o Brasil e os demais países da América do Sul. Ao abordar o projeto das chamadas “rotas de integração sul-americana”, Tebet defendeu que o país precisa reconhecer o potencial econômico da região para reduzir custos de exportação, diversificar mercados e ampliar a competitividade da produção nacional.

      “Temos um outro Brasil dentro da América do Sul e precisamos de mais integração”, afirmou. A ministra argumentou que, embora os principais blocos econômicos do mundo priorizem o comércio entre vizinhos, como ocorre na América do Norte, Europa e Ásia, os países sul-americanos seguem negociando entre si de forma marginal. “A América do Sul representa apenas 15% da nossa balança comercial. É um número muito pequeno, considerando que temos do lado mais 200 milhões de consumidores”, disse.

      Tebet ressaltou que, diferente de outras regiões do mundo onde o comércio entre países fronteiriços é dominante, a América do Sul se encontra de costas para si mesma. “O Brasil e os nossos vizinhos se ignoram comercialmente. Falta uma visão estratégica. Precisamos planejar uma integração regional que envolva infraestrutura, segurança de fronteira, alfândega, rodovias e ferrovias”, pontuou.

      A ministra detalhou que o governo federal está estruturando cinco rotas de comércio e logística com países vizinhos. Segundo ela, ao menos duas devem ser entregues até o fim de 2025. Uma delas, a chamada “rota dois”, conectará o Brasil ao porto peruano construído pela China, encurtando em até 10 mil quilômetros a distância marítima entre o território brasileiro e o principal parceiro comercial do país. “Essa rota vai permitir que a China compre mais do Brasil e o Brasil compre mais da China. Gera renda, gera emprego e reduz custos”, avaliou.

      De acordo com Tebet, esse processo de integração também está sendo levado à esfera internacional. Ela adiantou que acompanhará o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em uma viagem à China, no Dia das Mães, para participar da reunião China-Celac, onde esse tema será discutido com ministros latino-americanos e chineses. “Já recebemos representantes do governo chinês e estamos discutindo a construção de uma grande ferrovia no Brasil, algo que exigirá investimentos externos, porque o setor privado nacional não tem capacidade financeira para bancar esse tipo de obra sozinho”, afirmou.

      A ministra destacou ainda que a Bolívia é um exemplo claro da oportunidade regional desperdiçada. Segundo ela, o país vizinho tem fertilizantes e lítio — dois insumos estratégicos para a agricultura e para a indústria tecnológica —, enquanto o Brasil tem alimentos e outros produtos essenciais para os bolivianos. “Se tivermos infraestrutura, ganhamos todos. Eles vendem o que precisamos, e nós vendemos o que eles precisam”, sintetizou.

      Ao analisar o cenário internacional, Tebet classificou o momento como parte de uma nova ordem global, marcada pela “desglobalização”, “desinformação” e “desintegração regional”, agravada, segundo ela, por uma visão nacionalista que volta a dominar parte do Ocidente. Sem citar diretamente o presidente Donald Trump, mas fazendo alusão ao seu segundo mandato iniciado em 2025, a ministra criticou “essa visão mais ufanista e equivocada do governo americano”. Para ela, esse movimento reforça ainda mais a necessidade de o Brasil se voltar para seus vizinhos.

      “Se o mundo está fechando portas, nós precisamos abrir as janelas aqui do lado”, afirmou, enfatizando que “planejamento e integração regional são a chave para um desenvolvimento mais sustentável e soberano”. Assista: 

       

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