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      "Uma única mutação pode tornar o H5N1 transmissível entre humanos", aponta infectologista

      Marcos Caseiro alerta para risco potencial da gripe aviária e destaca eficácia da vigilância sanitária no Brasil

      (Foto: ABR | Divulgação )
      Dafne Ashton avatar
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      247 - Durante entrevista ao programa Boa Noite 247, o médico infectologista e vereador pelo PT de Santos (SP), Marcos Caseiro, fez um alerta sobre o risco de mutação do vírus H5N1, causador da gripe aviária, e a possibilidade de ele se tornar transmissível entre seres humanos. Segundo ele, ainda que o cenário atual não indique emergência, a ameaça de uma nova pandemia é real e requer atenção.

      "Esse H5N1 é um vírus de aves migratórias que, eventualmente, pode contaminar humanos. A contaminação se dá apenas em casos muito específicos, normalmente entre pessoas que trabalham diretamente com aves, em contato com secreções. Isso porque os receptores celulares usados pelo vírus não estão presentes nas vias respiratórias superiores dos humanos", explicou Caseiro.

      Ele afirmou que o H5N1 utiliza um tipo específico de proteína, a hemaglutinina (H), para se ligar a células do hospedeiro, mas, diferentemente do H1N1 — que circula entre humanos —, o subtipo H5 não encontra facilmente os receptores necessários no nariz ou garganta. "Esse receptor, que permite a entrada do vírus nas células humanas, está presente apenas no pulmão. Por isso, o risco de transmissão respiratória é muito reduzido", destacou.

      Apesar disso, o infectologista ressaltou que "o grande problema é que esse é um vírus muito mutante". Segundo ele, "uma única mutação pode tornar esse vírus transmissível por via respiratória, o que poderia desencadear uma nova pandemia". Ainda assim, Caseiro pondera que o Brasil está longe desse cenário: "Temos um sistema muito eficaz de detecção e controle".

      Caseiro elogiou o trabalho de vigilância epidemiológica feito no país. "Nenhuma doença no planeta Terra tem mais vigilância do que a gripe. Temos centros especializados que monitoram, em tempo real, a circulação dessas cepas virais. E o Brasil respondeu rapidamente quando houve a detecção em aves aqui", disse.

      Questionado sobre a segurança no consumo de carne de frango e ovos, o médico foi categórico: "Não há risco. Nunca foi descrita na literatura mundial qualquer transmissão de H5N1 por ingestão de carne ou ovo. Mesmo nos surtos mais recentes, não houve casos de contaminação dessa forma".

      Ele também reforçou a importância de manter práticas adequadas de preparo de alimentos, especialmente durante surtos de doenças infecciosas: "Evitar o consumo de alimentos crus é sempre uma precaução válida. Mas, com relação ao H5N1, não há motivo para alarde".

      Por fim, Caseiro lembrou que, mesmo em caso de uma mutação preocupante do vírus, o Brasil está tecnicamente preparado para responder com agilidade. "Temos a tecnologia plena para produzir vacinas contra o influenza em tempo real, com base na plataforma do Instituto Butantan. Isso nos dá uma vantagem significativa", afirmou.

      Para ele, o maior risco reside no negacionismo. "Eu quero ver negacionista quando nós tivermos uma pandemia cuja letalidade chegue a 60%. O H5N1 tem uma taxa de mortalidade entre 30% e 60%. Se um vírus desses se torna respiratório, não tem discussão: vacina é a única saída", concluiu. Assista: 

       

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