Torcedores invadem sede do Corinthians e trancam portões: “A revolução começou hoje”

247 - Integrantes das principais torcidas organizadas do Corinthians realizaram, na tarde desta terça-feira (3), um protesto impactante na sede social do clube, no Parque São Jorge, em São Paulo. A informação foi divulgada inicialmente pelo ge.globo. As organizadas invadiram o local, colocaram correntes nos portões e afixaram faixas com os dizeres “Fechado por má istração”. O ato, segundo os próprios torcedores, foi pacífico e simboliza o início de uma mobilização que classificaram como “revolução corinthiana”.

Em nota conjunta, os grupos Gaviões da Fiel, Camisa 12, Pavilhão Nove, Estopim da Fiel, Coringão Chopp e Fiel Macabra denunciaram o que chamaram de “sistema político que vem prejudicando o Sport Club Corinthians Paulista há décadas”. As torcidas reivindicam três pontos que consideram “inegociáveis”: direito a voto para os sócios do programa Fiel Torcedor, mudanças imediatas no estatuto do clube e responsabilização de ex-dirigentes que deixaram dívidas em suas gestões.

“O Corinthians sangra há anos nas mãos de gestões incompetentes, amadoras, omissas e elitistas”, afirmaram, responsabilizando antigos grupos de poder, como a Renovação e Transparência, por escândalos financeiros e afastamento da torcida das decisões do clube. As organizadas também criticaram o atual Conselho Deliberativo, acusando-o de omissão diante da grave crise institucional.

A manifestação ocorre em meio a um momento de instabilidade no comando do Corinthians. No último sábado, o presidente afastado Augusto Melo tentou reassumir o cargo, o que gerou uma nova confusão dentro do clube, incluindo a invasão da sala da presidência por torcedores. Melo sustenta que ainda é o mandatário legítimo da instituição, amparando-se em um comunicado de Maria Angela de Sousa Ocampos, que se autodeclarou presidente do Conselho Deliberativo.

O presidente interino Osmar Stabile, que permaneceu no cargo durante o tumulto, afirmou em reunião com representantes das torcidas que está disposto a ouvir parte das reivindicações, como o acompanhamento mais rigoroso das categorias de base. Sobre a reforma do estatuto, porém, disse tratar-se de um tema complexo que precisa ar por instâncias como o Conselho e a Assembleia Geral.

Ao final do protesto, os portões do estacionamento foram liberados e as faixas retiradas. A entrada de pedestres não foi afetada, e o grupo se retirou pacificamente. Mais de 20 viaturas da Polícia Militar acompanharam a ação e reforçaram a segurança no local durante a noite.

“O protesto é por má istração. É pacífico. Não somos Augusto Melo, nem Osmar Stabile. Agora, é pela reforma do estatuto. Corintiano, vamos nos unir. É com a reforma do estatuto que vamos ter novos rumos. A revolução começou hoje”, declarou Alexandre Domênico Pereira, presidente da Gaviões da Fiel. E completou: “Não precisa gostar de Augusto Melo, de Andrés Sanchez, tem que gostar do Corinthians”.

A pressão popular se intensifica às vésperas de uma decisão crucial. No próximo dia 9 de agosto, os associados do clube irão deliberar sobre a permanência ou saída definitiva de Augusto Melo da presidência.