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      Brasil pode ganhar protagonismo em negociações climáticas com saída dos EUA do Acordo de Paris

      A saída dos EUA do Acordo de Paris é um golpe para a diplomacia climática

      Marina Silva, Lula e Geraldo Alckmin (Foto: Ricardo Stuckert / PR)

      RFI - O anúncio de retirada do Acordo de Paris feito pelo recém-empossado presidente Donald Trump marca a segunda tentativa dos EUA de se desvincular do pacto. A primeira ocorreu em junho de 2017, durante seu primeiro mandato, embora não pudesse ser formalizada até novembro de 2020 devido às próprias regras do Acordo, portanto, teve pouco impacto. O governo de Joe Biden reingressou em fevereiro de 2021. Desta vez, a saída será mais rápida, segundo os observadores.

      A ausência dos Estados Unidos terá um "impacto significativo" na preparação da COP30 no Brasil, afirmou, nesta terça, André Corrêa do Lago, recém-nomeado presidente da Conferência do Clima da ONU, que será realizada em novembro em Belém do Pará. 

      O Acordo de Paris "ultraa os Estados Unidos", diz s Colon, do Center for American Progress, um grupo de reflexão próximo aos democratas. Mas especialistas internacionais sugerem que outros países terão que aumentar seus esforços.

      Preocupação da China

      A China está "preocupada" com a nova saída dos Estados Unidos do acordo climático de Paris, disse um porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores nesta terça-feira. "A mudança climática é um desafio comum enfrentado por toda a humanidade e nenhum país pode permanecer insensível ou resolver o problema sozinho", disse o porta-voz Guo Jiakun.

      A China e o Brasil, que sediará o principal evento da diplomacia climática em novembro, a Conferência das Partes (COP30) em Belém, são dois dos principais parceiros do grupo Brics, o bloco de países emergentes que terá de enfrentar o desafio de Trump.

      Atualmente, o Brasil preside o grupo. "O Brics vem para construir, não vem para piorar as coisas", disse Eduardo Saboia, o diplomata brasileiro responsável pelo grupo, em uma entrevista recente à AFP. "Temos tantas coisas para fazer entre nós (...). Não há foco em outros países, outros líderes", acrescentou.

      Hidrocarbonetos 

      O Brasil, no entanto, também defende o direito de continuar explorando seus recursos de hidrocarbonetos, uma medida que considera justificada, uma vez que sua geração de energia limpa, principalmente graças a seus recursos hídricos, mais do que compensa isso.

      Uma atitude que também é defendida oficialmente pelo presidente Trump, que garante que não é contra as energias renováveis, mas quer manter todas as opções em aberto. "Este pode ser um ano de liderança para o Sul global", diz Tim Sahay, codiretor do Net Zero Industrial Policy Lab da Universidade Johns Hopkins.

      Uma posição semelhante é mantida pela Índia, cujo primeiro-ministro, Narendra Modi, defende a "liderança" de seu país em energia solar e eólica, ao mesmo tempo em que mantém a exploração de carvão e não esconde sua afinidade geopolítica com Trump.

      Durante a primeira retirada dos EUA, os chineses mantiveram o acordo de Paris e não renegaram suas metas de longo prazo. Atualmente, a China produz mais da metade dos veículos elétricos do mundo, 70% das turbinas eólicas e 80% dos painéis solares, o que reduziu drasticamente o custo, mesmo para os países para os quais exporta.

      "O desempenho da China na implantação de tecnologias verdes pode ser um salva-vidas", disse Li Shuo, especialista do Asia Society Policy Institute. Nas COPs, Pequim é um negociador indispensável, liderando informalmente as negociações com os países ricos em nome de um bloco de países em desenvolvimento.

      Liderança climática europeia

      A União Europeia tem uma longa tradição de liderança climática e reduziu suas emissões em 7,5% entre 2022 e 2023, bem à frente de outros grandes países ricos. O bloco também é o principal financiador internacional na luta contra a mudança climática. 

      "O Acordo de Paris segue sendo a maior esperança da humanidade. A Europa manterá o rumo e continuará trabalhando com todas as nações que querem proteger a natureza e deter o aquecimento global", afirmou, nesta terça, Ursula von der Leyen, chefe da Comissão Europeia.

      Mas países como a Alemanha já pediram à Comissão Europeia para desacelerar a transição energética em setores como a indústria automobilística.

      Outros pequenos atores estão demonstrando boa vontade, como a Colômbia, que está liderando os esforços internacionais para eliminar gradualmente o petróleo, o carvão e o gás, embora eles sejam sua principal fonte de receita externa.

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