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      Globo trata como “engodo” redução da jornada de trabalho

      Jornal volta a atacar direitos trabalhistas com discurso alarmista, repetindo postura que teve contra o 13º salário em 1962

      O GLOBO, abril de 1962: "Mercado preocupado com a implementação de um 13º sal: a medida teria cunho meramente eleitoreiro" (Foto: Reprodução)

      247 - O jornal O Globo publicou neste domingo (20) um editorial em que classifica como “engodo” o projeto de redução da jornada semanal de trabalho que tramita no Congresso Nacional.

      De forma alarmista, a publicação afirma que a proposta de redução da jornada de 44 para 40 horas semanais sem redução de salário poderia provocar um “colapso” na economia, com queda no PIB, alta do desemprego e aumento da informalidade.

      O discurso, embalado por previsões catastróficas e estudos de entidades patronais como a Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais), não é novidade na história do jornal. A mesma retórica foi usada pelo O Globo em 1962, quando o Brasil discutia a criação do 13º salário. Na época, o jornal também se colocou frontalmente contra a proposta, alegando que a medida “quebraria as empresas” e “prejudicaria os próprios trabalhadores” — argumentos quase idênticos aos utilizados agora.

      O que se viu, no entanto, foi o oposto: o 13º se consolidou como uma das conquistas trabalhistas mais importantes do país, fortalecendo o consumo, a dignidade dos trabalhadores e a economia nacional.

      A reincidência do O Globo em atacar avanços sociais e trabalhistas expõe uma visão elitista, avessa a qualquer redistribuição de renda ou melhoria das condições de vida da classe trabalhadora. O jornal segue alinhado a uma lógica de mercado que vê o trabalhador apenas como custo, nunca como sujeito de direitos ou motor da economia.

      Ao sugerir que uma redução de jornada só seria possível com aumentos imediatos de produtividade, o editorial ignora que a própria jornada exaustiva limita o potencial produtivo e criativo dos trabalhadores. Além disso, desconsidera as experiências bem-sucedidas em diversos países que adotaram a jornada reduzida de forma gradual, com ganhos de bem-estar, saúde mental e produtividade real.

      O artigo não menciona, por exemplo, que no Brasil há setores que já operam com semanas de cinco dias úteis e que trabalhadores jornda semanal real inferior à 44  horas, demonstrando que a redução já é uma realidade em alguns segmentos, mantendo a mesma produtividade.

      Em 1962, a elite que o jornal O Globo vocaliza dizia que o 13º salário quebraria o Brasil. Hoje, diz o mesmo sobre a jornada de 40 horas. Ao defender os lucros das grandes empresas em detrimento da saúde e do tempo de vida dos trabalhadores, o jornal não apenas repete um erro histórico, como também reforça a desigualdade estrutural do país em que, para certa elite, o trabalhador brasileiro deve continuar se sacrificando enquanto os ganhos seguem concentrados no topo.

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